ZIQUIZIRA CAMUFLADA
ZIQUIZIRA CAMUFLADA
Miguezim de Princesa
I
Acabei de completar
Quatro anos sem beber:
Tudo que estava incubado
Começou a aparecer;
Só falta eu virar vegano,
É o que está pra acontecer.
II
Se bota muito tempero,
Dá aquele comichão;
Se a comida for pesada,
São dois dias de indigestão;
Se botam um pouco de sal,
Eleva logo a pressão.
III
Dói na perna, dói na coxa,
Dói no braço, dói na mão;
Um dia fui correr no parque,
Escorreguei num limão,
Caí em cima de um coco
E esbagacei um mamão.
IV
Se a dança é muito ligeira,
O mundo fica girando,
Começa a faltar o fôlego,
A suadeira pingando,
Lá ele é quem morre assim:
Fazendo festa e dançando.
V
Para quem bebe o problema
Fica todo camuflado:
Foi que aconteceu
Com o véi Antoim Conrado,
Que parou de tomar pinga
E sonhou com um refogado.
VI
Dez vezes tinha roncado,
Naquele sono profundo.
Depois que comeu três pratos,
Parecia o rei do mundo,
Soltou um peido tão forte
Que acordou sem o fundo!