LEVEZA
Moça, deixe de tolices
A vida passa tão breve
A sua mente em estafa
Está sempre a fazer greve
Oh, moça, não se apoquente
Não tolera aquela gente
Mas lhe peço que releve
Quando for, não mais me leve
De pensar tenho preguiça
Se eu forçar a minha verve
Minha inspiração enguiça
Mas se não falo o que penso
Confesso que fico tenso
E o pensamento me atiça
Sei que nada me enfeitiça
Por vezes, serve de alento
A finitude da vida
Deixa meu bom senso atento
Do seu reduto observe
Falácia não mais me serve
Viverei cada momento
O nítido discernimento
Não me atormenta o futuro
Fé, paciência e leveza
Eis o meu porto seguro
Oh, moça, não se apoquente
Precisei ser eloquente
Confesso que, agora, aturo.
Tânia Castro (27/05/20)