Pai matuto

O meu pai foi um matuto

Um vaqueiro no Sertão

Um sujeito muito bruto

Que cuidou da apartação

De viver vida de gado

Na lida tangendo o gado

De enfrentar mato fechado

Com jurema e alastrado

No campo da profissão

O Vaqueiro não manda recado

( 1 )

Honra sua profissão

No ofício que é lhe dado

O meu pai foi um matuto

Um camponês do Sertão

Sempre fazia de tudo

Na roça de plantação

Do roçado tirou o pão

Nesses versos miúdos

Quando se tem de tudo

Em tempos de sequidão

( 2 )

Também foi um carvoeiro

Nas quebradas do sertão

Do produto que era o motor

Desenvolvendo a nação

Também foi um foiceiro

No seu passo ligeiro

Na limpeza do roçado

Naquele mato fechado

Com jurema ou alastrado

De caatinga e serrado

( 3 )

O meu pai foi um matuto

Um sanfoneiro do Sertão

Nos simples redutos

Cercando a povoação

Onde não paga tributo

De forró, xote e baião

Lá de cima da serra

Tocando pé de serra

Inspirando Gonzagão

No forró entoado no Sertão

( 4 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 10/03/2023
Código do texto: T7737333
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