Raso da Catarina

Vou seguindo essa rima

Fazendo um cordel

Do Raso da Catarina

De caneta ou papel

Nesse enredo fiel

Semi-árido é o Clima

Que define estes grotões

Dos inúmeros Sertões

Na região Nordestina

No raso da sequidão

( 1 )

Não há nome que defina

Esse foi o lugar

De passagem de Lampião

E quem se achava

Governador do Sertão

No Raso da Catarina

Nasceu Maria Bonita

Que em pele de menina

Lampião botou a fita

Também botou o laço

( 2 )

Fazendo daquela moça

A “Rainha do Cangaço”

Na ordem e na força

Comprando a maior briga

Nesse jogo de intriga

De total queda braço

Era o poder do ESTADO

Contra o “Rei do Cangaço”

No Sertão flagelado

Onde o ESTADO oprimia o povo

( 3 )

Governando para os poderosos

Vale a pena vê de novo

O motivo de tantos revoltosos

Dando as caras no Sertão

Vingando suas famílias

Fechando com a população

Foi nessa melancolia

Que viveu Lampião

Invadindo Bahia

No raso da sequidão

( 4 )

Lá conheceu Maria

Sua eterna paixão

Mais a moça não sabia

Não passava de ilusão

Sua vida no Cangaço

Nos braços de Lampião

Nessa queda de braço

De morrer no Sertão

Preferiu seguir seus passos

No raso da sequidão

( 5 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 03/03/2023
Código do texto: T7732242
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