A DISPUTA PELO AMOR DE MARIA
Conta-se que lá prás bandas
Do alto Sertão do Nordeste
Existia um cabra da peste
Que era metido a namorador
Tinha fama de ser valentão
Mas era feio como o cão
Tomava cachaça em quitandas
Era conhecido como Zé do Bode
Pois tinha criação desse animal
Que se sentia rico, ele era o tal
Na cintura portava uma garrucha
Já foi casado, depois separou
A mulher não agüentou e disparou
Com esse cara acho ninguém pode
Foi quando apareceu na cidade
Uma moça chamada Maria
Gostava de missa e romaria
Muito calma e bem educada
Despertando a atenção do povo
Que gostava de outra, isso era novo
E ali se tornou uma realidade
Mesmo gostando de outra a novata
Achou de se engraçar de um rapaz
Da sua companheira tirou a paz
Pois não gostava só de mulher
Se achando como outra qualquer
Tinha corpo bonito, era uma gata
Pedro era o nome do seu namorado
Que perto de sua casa morava
E esse rapaz Maria adorava
Mesmo ela tendo caso com outra
Mas as brigas logo começaram
E uma confusão logo forçaram
Deixando o clima bem inflamado
Zé do Bode ficou logo sabendo
Dessa nova mulher na cidade
Percebeu sua pouca idade
Resolvendo entrar no páreo
Mandou Pedro cair logo fora
Disse ela vai ser minha agora
E entre eles o pau foi comendo
Maria ficou então indecisa
Pedro era um cabra muito quente
Mas Zé do Bode era insistente
E tinha poder e dinheiro
A amante de Maria não gostou
Em outra mulher então apostou
Fazendo logo uma pesquisa
Essa briga ficou logo feia
O amor de Maria estava em jogo
Com essa peitica pegando fogo
Entre Pedro e Zé do Bode
Maria contente ficou no meio
Dois homens então com receio
Duas aranhas na mesma teia
O tempo foi então se passando
E Maria não resolvia nada
Estava se sentindo amada
Por dois homens ao mesmo tempo
Um era rico, tinha dinheiro
O outro tinha visto primeiro
E com ele estava se entrosando
Nessa dúvida cruel foi se confessar
Pediu ao padre uma oração
Que mostrasse ao seu coração
Com quem ela devia ficar
O padre disse tenha vergonha
Com essa cara de pamonha
Por nenhum devia se interessar
Maria então muito desolada
Tomando vergonha na cara
Viu que aflorou nela sua tara
Chamou a companheira de volta
E tratou de sumir da cidade
Para evitar contrariedade
Por mulher era mais empolgada