Não, sinhô
Eu não quero uma peixeira
Pra me livrar do temor
Quero relações saudáveis
Sem abusos e sem rancor
Não suporto essa toxina
Sou apenas feminina
Mulher macho, não sinhô.
Oito de março chegando
Além de perfume e flor
Queremos muito respeito
Queremos paz e amor
Eu sou mulher e sou menina
Sou apenas feminina
Mulher besta, não sinhô.
Mulheres precisam andar
Seguras e sem temor
Na favela ou em Alphaville
Não importa classe e cor
Mais respeito com as minas
São apenas femininas
Mulher submissa, não sinhô.
Ser forte não é aguentar
Soco, tapas e furor
Ser forte é acima de tudo
Ter voz e também valor
Não fingir que foi a quina
Somos apenas femininas
Mulher fraca, não sinhô.
Não queremos ser normais
Quando se tratar de dor
Timidez não é virtude
É modo silenciador
Que saiamos da rotina
Sejamos só femininas
Mulheres fortes, sim sinhô.