Muié macho - não- sinhô
No curso da violência
Já é quebrado o respeito
O carinho não compensa
A desculpa não dá jeito
Vem choro e vem debate
Mas não trata o caráter
No mesmo erro rescinde
Não é modelo de relação
Limite, ofensa e agressão
Trazem a morte de brinde.
Que mesmo ataques verbais
Não dar para normalizar
Quem fez uma vez faz mais
Logo após se retratar.
Um relacionamento tóxico
Destrói o psicológico
Deve ser neutralizado
Não importa o que houver
O mais frágil é a mulher
Nesse caso equiparado.
Não é só do feminismo
Buscar o lugar de fala
Agir com protagonismo
Aonde a luta se cala.
Há mulher que ainda acredita
Em provérbios que a limita
Numa fálida relação
Quando o abuso a corrói
A sábia o laço destrói
E aprende a dizer não.
Violência tem gênero sim
Não pode relativizar
É preciso pôr um fim
Para não se naturalizar.
No trabalho aonde seja
Em casa ou na igreja
Dá-se palco à abusadores
Quem normaliza agressão
Nem terapia ou oração
Pode salvar seus valores.