A BRUXA DO 51 (Republicação)
Gostei tanto de cordel
Que aqui faço mais um
Uma série agora imitando
E com isso me tornando
Um falador de bebum
Nessa história cruel
Lembram daquela bruxa
Que morava no setenta e um?
Pois no seriado do Chaves
Ela tinha problemas graves
Kiko é um menino comum
Que o braço da mãe puxa
Mas vamos entrar na história
Que é parecida com essa
Só que nessa envolve cachaça
Quem bebe é uma desgraça
E nem que faça promessa
É difícil contar vitória
A mulher vivia sozinha
Não tinha ninguém com ela
Vivia de tomar aguardente
Era couro e osso somente
Quando nova já foi bela
Era chamada de rainha
Era sofrimento sem dó
Que passava em sua casa
Todo dia bebericava
A idade não brincava
Olho vermelho como brasa
Morando nesse cafundó
Tomava qualquer bebida
Quando ainda escolher podia
O pouco dinheiro que tinha
Gastava de manhãzinha
Comprando pinga, ela queria
A velha de cara lambida
Todo dia se embriagava
Nem preparava a comida
Não tinha janta ou almoço
Nessa hora de alvoroço
Ela no chão estendida
Babando ali mesmo mijava
Da pobre mulher tinham pena
As pessoas de coração
Ninguém podia fazer nada
Ficava ali abandonada
Esperando uma solução
Para acabar essa triste cena
Tomava só cicoenta e um
Cachaça de sua preferência
Ela só saía na rua
Às vezes quase nua
Prá comprar essa indecência
Gostosa prá todo bebum
De bruxa era chamada
Sua casa era um desmantelo
Sendo toda desarrumada
Não tinha teto nem nada
Falava até pelo cotovelo
E depois ficava calada
Um dia ninguém mais ouviu
O choro da pobre velha
Que ali mesmo adoeceu
Dizem que ela morreu
Vermelha como groselha
Sua alma ali sucumbiu
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(Este cordel estava lá num cantinho do RL, há um bom tempo, sem nenhuma leitura, então eu trouxe ele de volta)