A Imperatriz e o Cangaceiro!

A grande escola de samba

Fez no desfile a menção

De um nome lá do Nordeste

Talvez herói ou vilão

Chamado de Virgulino

Grande “cabra” nordestino

Era ele o Lampião

Mostrando a Leopoldinense

Vejam só, mas quem diria

Num grande samba de enredo

Que no qual mencionaria

A saga de um cangaceiro

No nordeste brasileiro

Causando grande euforia

A história do cangaço

Teve destaque de fato

Contada no samba enredo

Na narrativa o relato

Que a façanha estaria

Na Sapucaí um dia

Não foi fake, foi um fato

A era dos cangaceiros

Lembrada em cada museu

Em um passado recente

Que no Nordeste se deu

Já faz parte da cultura

Está na literatura

Da forma que ocorreu

Lá “pras” bandas do Nordeste

Causou muita agonia

Pernambuco e Sergipe

E também lá na Bahia

Paraíba e Ceará

Quando passava por lá

O povo se escondia

A Saga de lampião

Por longo tempo durou

Em muitas localidades

Por onde o bando passou

Agiu com selvageria

Violência e ousadia

Que muita gente assombrou

Na poesia popular

Muito se ouviu e leu

A fama do bandoleiro

Pois o registro se deu

Por poetas cordelistas

E também os repentistas

Como tudo aconteceu

Em livros, muitos autores

Essa história registraram

Nas escolas professores

Como tema exploraram

Principalmente os cordéis

Pelas mãos dos menestréis

Na poesia registraram

Alguma localidade

Estando desguarnecida

Por medo dos cangaceiros

Lhes garantia acolhida

E quando os recebiam

Para eles forneciam

Mantimentos e comida

Em uma dessas andanças

Seu grande amor encontrou

Foi a Maria Bonita

Por quem se apaixonou

E logo casou com ela

Moça prendada e bela

Que por ele se encantou

Diziam que o Virgulino

Tinha um bom coração

E a gente mais humilde

Tratava com afeição

Era justo com os amigos

Os “cabras” sendo atrevidos

Lhes dava a punição

Lampião era temido

Por todos lá do sertão

Ao chegar numa cidade

Com seu bando em ação

Fazia ao comércio saques

E aos poderosos ataques

Com aterrorizarão

Tinha quem o ajudasse

Com armamento e dinheiro

Dando a total proteção

Ao grupo arruaceiro

Fazendeiro abastado

E coronel renomado

Conhecido por “coiteiro”

Com fuzil e parabelo

Na cinta um grande punhal

Enfrentava os inimigos

Em cada embate brutal

Disso tenha a certeza

Não tinha na redondeza

Um cangaceiro igual

E em cada nova batalha

Mostrava ser mais valente

Na caatinga lutava

Contra soldado e tenente

Com seu bando destemido

Por todos era temido

Defendia a sua gente

Povo simples lá da roça

Sertanejos calejados

Sofrendo retaliações

Por volantes torturados

Por terem alguns parentes

Por motivos aparentes

No cangaço engajados

Pessoas que pressionadas

Viviam na condição

De apoiar cangaceiros

O banditismo no sertão

Ou as milícias formadas

Nas cidades espalhadas

Agindo com opressão

Idosos ainda lembram

Que até tiveram a sorte

Que virão o lampião

Que era sertanejo forte

Indo pedir a benção

Do “padim Ciço” Romão

No Juazeiro do Norte

Entre pedras e espinhos

Que o calor do sol escalda

E o mandacaru aflora

Da terra seca rachada

Surgia do dia, o clarão

Despertava lampião

Ao lado de sua amada

Seria a nova jornada

De manhãzinha a aurora

No vento frio o arrepio

Ouviu-se naquela hora

O início de um tiroteio

Estando eles no meio

Sem tempo de pular fora

Se defendeu como pôde

Em uma luta inglória

O bando entrincheirado

Tá escrito na história

Foi uma grande aflição

A morte de Lampião

Para a milícia a glória

O bando de cangaceiros

Era temido e caçado

Por soldados das volantes

Já com o plano traçado

De matarem lampião

Em uma grande ação

Seguindo o planejado

Pouca gente escapou

Daquela situação

Alguns fugiram feridos

Sem chance de salvação

Lampião foi degolado

Junto a outros ao seu lado

Como a premiação

Um verdadeiro massacre

Naquele dia ocorreu

Lá na grota do angico

Onde tudo aconteceu

O bando foi atacado

E logo após dizimado

Quando lampião morreu

Levaram como troféus

Cabeças dos bandoleiros

Mostraram em praça pública

O final dos cangaceiros

Que muito aterrorizaram

E as forças afrontaram

O bando de arruaceiros

No Samba de enredo diz

Que ao morrer Lampião

Procurou até São Pedro

Teve essa pretensão

Lhe negado o abrigo eterno

Apelou para o inferno

Sendo expulso pelo cão

Em muitos documentários

Hoje existem relatos

Idosos, ex cangaceiros

Que confirmam alguns fatos

Dos confrontos bem frequentes

Com os soldados valentes

Conhecidos por “macacos”

E no sertão nordestino

Fazendo a constatação

Historiadores pesquisam

Sobre o mito Lampião

Onde “a rota do cangaço”

Conquistando o seu espaço

Está sempre em expansão

Numa ala em destaque

A escola apresentou

A filha de lampião

Ao mundo inteiro provou

Que o fato aconteceu

Que no Nordeste ocorreu

Na sua história ficou

Muita coisa ainda se conta

De um nordestino arretado

Se fez mais bem ou o mal

Foi cruelmente caçado

A história determina

Se foi destino ou sina

Que aconteceu no passado

Dessa forma foi mostrada

Numa noite de alegria

E a saga de Lampião

Na Sapucaí se via

Quando a Imperatriz

Em um desfile feliz

Vencedora sairia