Quem tem cultura faz cultura
Nos contos de poesia pura
Precisa jogo de cintura
Na divulgação da cultura
Carece manter a postura
Nos valores morais
Mediante os princípios nacionais
( 1 )
Na construção da ética
Mantendo sua estética
Cultura vem de berço
Não se compara á esterco
Total falta de compostura
Para um poeta de literatura
( 2 )
No universo inteiro
Cultura é Nordeste Brasileiro
Berço da colonização
E dos poetas da canção
Não preciso plagiar
Para os meus versos encantar
( 3 )
Cultura, princípio de família
Que conduz a sintonia
Da história do lugar
Carece divulgar
Desde o inicio
A preservação do ofício
( 4 )
É uma eterna comunhão
De geração á geração
No ato de proceder
Os jovens devem aprender
No jogo do alinhamento
Não falta encantamento
( 5 )
Dos enredos apresentados
Diante dos fatos registrados
Na Cultura Nordestina
Da beleza que fascina
Agregando todos os ritmos
Anulando os conflitos
( 6 )
Que assola nação
Cabe composição
Que em certas ocasiões
Muitos são as manifestações
Dos seus laços culturais
Nos resultados multilaterais
( 7 )
De fazer cultura
Não se permite usura
É necessário compostura
Caso contrário, é loucura
Mediante as funções
Não discrimino regiões
( 8 )
Simplesmente os relatos
Diante dos fatos
Aqui analisado
Meu cordel é encantado
Basta relatar
Seu modo de apresentar
( 9 )
No segui do enredo
Nordestino acorda cedo
Não carece confusão
Em busca do ganha pão
Que nesta ocasião
O reduto é o sertão
( 10 )
Um cenário dianteiro
Tocado pelo sanfoneiro
Neste universo sem dó
Onde o símbolo é o forró
Herança dessa terra
No ritmo pé de serra
( 11 )
Não precisa andar a pé
Nos ritmos do rastapé
No aperto do cangote
Nosso ritmo é o xote
Na vida do camarada
Que dança lambada
( 12 )
Em noite inspirada
Da poesia sonhada
Junta xote e baião
Não carece confusão
Na letra organizada
Cantada por Luiz Gonzaga
( 13 )
Neste auto-retrato
De pega de boi no mato
Das noites enluaradas
Encantando as vaquejadas
Motivos para ficar de pé
Lendo Patativa do Assaré
( 14 )
Realidades sertanejas
No universo das pelejas
Mediante as enveredas
Do Grande Sertão Veredas
Diante da ação honrosa
Feita por Guimarães Rosa
( 15 )
No progresso literário
Deus é libertário
Mediante os cenários
Rejeita os contrários
Aplica os enredos
Anulando desenredos
( 16 )
Na mais fina beleza
Movida na natureza
Do Sertão do Seridó
Neste universo sem dó
O sertão eu sei de có
Nem preciso de palitó
( 17 )
Para o espaço descobri
O Sertão do Cariri
No ritmo da canção
Sigo a entonação
Nos contos de Lampião
Contados em animação
( 18 )
Mediante a ocasião
Presto aqui satisfação
Também prezo agradecimento
No santo firmamento
Tamanha é a gratidão
De ser filho do sertão
( 19 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.