ITABAIANA DO VALE
Nossa capital do Vale
Itabaiana, sim sinhô
Quem mora nessa cidade
É tão boa, diz vovô
O gosto da culinária
Fez tão bem o bisavô.
Vovó fazendo tricô
Vai buscar o bom café
O Nordeste tem de tudo
Somos gratos pela fé
Itabaiana tão gentil
Ninguém mais quer dá no pé.
Pescando de jereré
Nestes rios do lugar
No molho de coco seco
Comida não vai faltar
De garra desse Cordel
Vamos logo recitar.
Mamãe não quer esperar
O que temos pra dizer
Itabaiana nos deu vida
Gratidão posso fazer
No saber desse Brasil
No palco vamos benzer.
A Capital dá prazer
Tantos feitos pra sentir
Nos aplausos deste público
Itabaiana vem surgir
Aquele Zé nos deu Luz
Nas canções de repartir.
Faz preciso não bulir
Nesses versos matinais
Eduquei minha dicção
Feito canto dos pardais
Monto bancas nessas feiras
Nessas noites madrigais.
Itabaiana dos mortais
Contadores de memórias
Escritos de toda parte
Com lindas dedicatórias
Paraíba nos conhece
Com suas longas histórias.
No tempo das palmatórias
Contam os antepassados
A mala cheia de sonhos
Com tantos papéis pautados
Marcando bela cidade
Sino dos abençoados.
Itabaiana dos letrados
De sã culturalidade
É jovem que tem valor
Na fértil felicidade
Tem neta de Zé Pequeno
Jogador de qualidade.
Meu padrinho, que bondade
Pelejar com o senhor
Nas trilhas deste Cordel
Já cantei feito condor
Meu vovô, pensou não foi
Até tentou ser doutor.
Afilhada és fervor
Que prazer está contigo
Cordelistas acadêmicos
No vale que dá abrigo
Na construção desses versos
Minha vó está comigo.
No saber sem ter castigo
Nossa cidade tem dança
É pedra doida que gira
No brincar duma criança
Itabaiana é vida
Nessa sagaz esperança.
Seu Clube teve festança
No maior do Festival
Oh! Itabaiana Clube
Era quase surreal
Lembrança dos pés de valsa
Dos cabras da Capital.
Tem música no jornal
O fole do coração
Sivuca traz a verdade
Galopando geração
O mundo todo conhece
A sanfona tradição.
Riquezas dessa Nação
Itabaiana representa
No cantar de nossa gente
O Coreto nos contenta
É de ferro dos ingleses
Que de forte se sustenta.
Nevinha nos sedimenta
No fazer duma panela
Pouco mais de quatro décadas
Tôta fez pra passarela
As cerâmicas de vó
Fez vovô gostar mais dela.
Estando pensando nela
Fiel igreja matriz
Amarela sua cor
Deixa tudo mais feliz
Fonte das inspirações
Nas rezas que sempre fiz.
Nas imagens do perdiz
Que tão bela formosura
Nesse formato tão simples
Dos devotos da candura
Igreja de Santo Antônio
Na gentil arquitetura.
Que pontes, que belezura
Habitam Itabaiana
O Vale do Paraíba
Já passou tanta cigana
Essas mãos do nosso povo
Nos livra da caninana.
Nossa gente tão bacana
Respeita seus monumentos
As Praças por toda parte
Fazem bem pro sentimento
Nostálgicas ferrovias
Lágrimas em movimento.
O Cordel não tem lamento
Simplesmente sintonia
Artistas com seus poetas
Bêbados de poesia
Feira de Mangaio rica
Nos degraus da cantoria.
O Vale tem nostalgia
Nos trilhos das estações
É trem por toda cidade
Despontando mais paixões
Os velhos colhem ternura
No saber das emoções.
Itabaiana cifrões
Poetas do coração
Como Cristo Redentor
Talentos de sensação
Belíssimas cantorias
Viola libertação.
Histórias em construção
Pedra que veio dançar
Itabaiana das Artes
População fez cantar
Gerando revoluções
Tu me fizestes amar.
Plantando nesse pomar
Alicerces do futuro
A terra tem seu valor
Mesmo no raiar escuro
Fiz da rima todo som
E nem sei se desconjuro.
Itabaiana te juro
Amar-te cada vez mais
Com o dom desse poema
Não te deixarei jamais
Vou fazer tudo que sei
Por gostar que é demais.
No mundo dos anormais
Da semente vem a planta
Do Vale se faz cultura
A Taberna nos encanta
Itabaiana tem paz
No debate se levanta.
A ceia se chama janta
Pela manhã desjejum
Almoço, familiares
Sem poder faltar nenhum
Se juntam na grande mesa
São tantas com goiamum.
Lorota virou comum
Nos seios do sertanejo
Nos arreios do cavalo
Itabaiana desejo
Meu Semiárido forte
Com toda fé te protejo.
Portugal montou cortejo
Em Itabaiana fez
Dita colonização
Que conto mais uma vez
A cidade tem os traços
Dessa fértil altivez.
Meu pensar não tem talvez
Segue por este caminho
Cantando por estas serras
É pedra que tem carinho
Tupi guarani formou
O meu lugar, meu cantinho.
No cantar do passarinho
Vamos depressa, ligeiro
Terminar o que pensamos
Neste Cordel Brasileiro
Itabaiana do Vale
Acertou nosso ponteiro.