Ofensa aos sonetos
Diz um tosco comentário:
“soneto é algo cansativo,
um lance bem primitivo.
É arranjo muito contrário,
coisa mesmo de otário.
da métrica e rima: prisão
sem estima a construção
Não me prendo nessa forma,
tão espremida e morna.
Soneto é uma aberração. ”
Noutro comento assim diz:
“Soneto é coisa engessada,
leu um, leu toda parada.
É uma edificação infeliz,
é loucura, ou por um triz.
É um poema forçado;
cheio de aparas, quadrado.
Não tenho tempo para isso;
quatorze versos; tanto serviço.
E bastante defasado.
Isso é um evento triste.
Ninguém é obrigado a gostar,
mas é elegante respeitar.
Desde o século XIII resiste;
À poesia coexiste.
Um fruto literário rico,
E não é para todo bico.
Não é feitio para qualquer um;
é estiloso e incomum.
Não exponha o seu furico.
É o poema mais elegante;
de som bastante apurado.
Só a ele é comparado.
Para muitos é intrigante,
já outro; posa de ignorante.
Ele é a própria estatística;
leal à sua característica.
Desenho de letras; perfeição.
Da poesia é ‘decoração’.
Em sua realidade mística.
Se não consegue escrever,
é simples: abra a sua mente.
Estude; é mais inteligente.
Quando conseguir entender,
e toda a beleza compreender;
será automática a aparência;
e ouvirá toda a essência.
Sua análise virá construtiva,
É o que a literatura incentiva,
E acaba a sua sofrência.
Uberlândia MG