Feitiço do tempo

Tem gente que muito espera

Gosta de procrastinar

E vive a vida a esperar

Numa redoma ou esfera.

Mas aconselho, acelera

Esperar é só besteira

De quem vive de bobeira

De dia até o pernoite

Cuida logo pois a noite

Chega mansinha e ligeira

 

Mas não fazer nada é bom

Tente desacelerar

Ou então vai se estressar

Não fazer nada é um dom

A vida lhe dá o tom

Ou talvez sua parceira

Mesmo sem eira nem beira

Vá com calma, não se afoite.

Cuida logo pois a noite

Chega mansinha e ligeira

 

Decifra-me ou te devoro

Má esfinge empedernida

Lançou dilema da vida

Édipo disse laboro

Também enigma adoro

Minha mente é mensageira

Logo responde certeira

Mesmo sendo meia-noite

Cuida logo pois a noite

Chega mansinha e ligeira

 

Quem de dia anda de quatro

De dois vaga ao meio dia

Tão triste e sem alegria

Toda noite é o seu atro

Pois de três vai ao teatro

Tem vida tão passageira

É o homem, com sua asneira

Não enfrenta luta e açoite

Cuida logo pois a noite

Chega mansinha e ligeira

 

Clareza é essencial.

Você escolhe a toada,

Define sua invernada.

A vida é sua afinal

Se com baixo ou alto astral

Mas com razão na algibeira

Demarque sua fronteira

Decida e nunca se afoite

Cuida logo pois a noite

Chega mansinha e ligeira

 

Mote: Edionaldo Souza 

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 14/02/2023
Código do texto: T7718985
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