MISTERIOSOS VERSOS
MISTÉRIOS DA VIDA
A vida tem seus mistérios
Tantos deles sem noção
Uns vivem no sofrimento
Outros pela condição
Viver é o véu do medo
Apontado num só dedo
Sem locar a direção.
As mágoas com seus problemas
Na lista dos contemplados
Sofrer é quase passagem
No trem dos abandonados
Melancólicos e sérios
Nos destinos dos impérios
Na colheita dos roçados.
Homens do campo conhecem
O prazer de ver o mundo
Experientes linguagens
Dos contos do gira-mundo
Nas reflexões das vivências
Pautadas nas paciências
Dum olhar mais que profundo.
Na gênese dos falantes
Uns vivem sem ter virtude
Nas primaveras alheias
Numa frágil atitude
Tantos caixões são lacrados
Corações arrebentados
Pensando na juventude.
A tarde se torna bela
Pros olhos de Seu José
De garra do seu charuto
Tem prazer num bom café
Nas noites de lua cheia
Logo depois duma ceia
Vai pra frente do chalé.
LÁ VEM NOSSA SAIDEIRA
Lá vem nossa saideira
Toda viola quer trégua
O público na medida
Passa tema numa régua
Quem é o personagem
Onde tiver coragem
Respeitem a longa légua.
Pessoas vindas em égua
Viajou de tão distante
Esta feira popular
De longe vem viajante
Em tipo de transporte
Com beju fica mais forte
E ficam atento no pedante.
Este Ser é mais errante
Do que Judas no calvário
Traidor de Jesus Cristo
E quem fosse salafrário
Juvenal é uma peste
Que tem quem não deteste
Nem mesmo tendo salário.
Juvenal é um otário
Por todos é odiado
Morre sem ter enterro
Este cabra desgraçado
Com cinza no seu terno
Que viveu total inferno
De nascer contaminado.
Sujeito malamanhado
Joventino foi capaz
Pois, Nada que fez deu certo
Nada certo do que faz
Não teve que desse certo
Das ruindade é deserto
Em tudo foi mais incapaz.