EU TINHA MORRIDO E NÃO SABIA
Tudo era muito estranho
Eu me vi numa escuridão
Em meio a imensidão
De um lugar desconhecido
Numa dúvida sem tamanho
Era uma noite tenebrosa
Ouvia vozes sem entender
Eu queria me esconder
Porém não conseguia
Era uma situação melindrosa
Acabei me acostumando
Mas sempre querendo saber
Alguma coisa compreender
Por que estava nesse lugar
Por uma saída clamando
Foi quando um vulto surgiu
E de mim se aproximou
Foi então que ele falou
Com uma voz cavernosa
Da Terra você se despediu
Eu fiquei sem entender
Exigindo uma explicação
Dessa esquisita aparição
Ela disse você morreu
Sua volta vou suspender
Fiquei logo aperreado
Com o que ele havia dito
Mas não acreditei no maldito
Ele disse pode acreditar
Aqui você já era esperado
Perdi logo a estribeira
Comecei logo a rezar
Por ter tido esse azar
De ter morrido tão cedo
Dando essa bobeira
Depois veio outra figura
De uma melhor aparência
Dizendo com eficiência
Você já bateu as botas
Sua alma a gente segura
Eu tinha morrido e não sabia
Também não sabia o motivo
Prá mim era facultativo
Viver como morto ou vivo
Mas isso prá mim não cabia
Só não sabia onde estava
Se no céu ou no inferno
De quem eu era subalterno
E de um pesadelo acordei
Um bom descanso me bastava