O Vaqueiro aboiador

Homem símbolo do sertão

Apresenta sua indumentária

Cavalo, chapéu, perneira e gibão

Vivendo sua sina contraria

Como corte de navalha

Que penetra e não falha

No calor de uma fornalha

Do couro tira a malha

Construindo seu artefato

Um legítimo artesanato

( 1 )

No cenário dos privilégios

Revela os mistérios

Do sertão cantador

Dádiva do nosso Senhor

No meio da alegria e da dor

Impõe seu canto promissor

Honras de um Vaqueiro cantador

O verdadeiro Vaqueiro aboiador

Preza á Deus obediência

Nos tons de continência

( 2 )

Honra por clemência

Ao Deus da existência

Descreve os enredos

Mediante os medos

Que o Sertão vive a mostrar

Carece diagnosticar

Jamais financiar

A prática de enganar

O Vaqueiro desobediente

Não teme o Deus onipotente

( 3 )

Só vive a mandigar

No meio da falcatrua

Que Deus o desconstrua

No ato de fiscalizar

Nosso Deus é Criador

Também o cumpridor

Das coisas dessa Terra

Não convém criar guerra

Por causa de poder

Muito menos a Deus desobedecer

( 4 )

Valorizamos essa linda cultura

Exposta na realidade

De uma sociedade

Que preserva ao longo do tempo

O período do descobrimento

Vestígios de uma conjuntura

O universo da profissão

Por meio de uma manifestação

Cultural e religiosa

Na forma de verso e prosa

( 5 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 07/02/2023
Código do texto: T7714067
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