REALIZANDO SONHOS

1

Eu já passei dos sessenta

E ainda faço loucuras

Meus sonhos não são pequenos

Eles estão nas alturas

E digo que tenho pique

Para viver aventuras

2

Eu sempre sonhei fazer

Um turismo diferente

Conhecer nosso Brasil

Acompanhada de gente

Que sabe se divertir

E viva sempre contente

3

Não é que eu encontrei

Uma dupla genial

Vestida de bom humor

E inimigos do mal

Fizeram a diferença,

Viagem sensacional

4

Nós não tínhamos roteiro

Só um destino a seguir

Iríamos para São Paulo

Do Crato iríamos sair

Fazer do longo trajeto,

Um motivo pra sorrir

5

Acho que o GPS

As vezes se atrapalha

Nós íamos por Nova Olinda

Ele apontava Barbalha

Refizemos o trajeto

E dessa vez foi sem falha

6

Mas a culpa não foi dele

Foi de quem o programou

Marcou que queria ir

Ou apenas se enganou,

Só sei que nossa viagem

Muito tempo atrasou

7

Passamos em Pernambuco

E no Piauí entrou

Parece que o progresso

Ali ainda não chegou

Bichinhos mortos na estrada

Pois ninguém sinalizou

8

Estradas esburacadas

O governo não cuidou

Capacetes que é bom

Ninguém por ali usou

Nem mesmo a sinaleira

Na nossa frente ligou

9

ITAMAR, o motorista

Dirigia sem parar

De vez em quando parava

Pra comer e se esticar

Come tudo que é besteira

Sem nunca se preocupar

10

Entramos por uma trilha

Que já não funcionava

Ela desaparecia

Quanto mais a gente andava

O GPS mandou

E a gente acompanhava

11

Tive que baixar as calças

Pra poder me aliviar

E fiquei preocupada

Com o pobre do ITAMAR

Perdido no meio do Mato

Com vontade de cagar

12

A LÚCIA é uma morena

Muito bem apessoada

Que já passou dos 70

Mas não tem medo de nada

Fazendo rali no mato

Mas não tava preocupada

13

Só se ouvia o grito

ITAMAR! Vá devagar!

Pois se for nessa carreira

O carro vai atolar

E se der um pulo grande

Ele pode até virar

14

O tempo ia passando,

E a gente nessa agonia

O perigo ao nosso lado

E eu apenas ria, ria

A estrada se acabava

E só o mato cobria

15

Andamos mais e enfim

Chegamos numa morada

A esperança foi embora,

Era uma casa abandonada

O jeito era prosseguir

Enfrentar nossa jornada

16

Seguimos em frente

Nosso semblante se anima

Avistamos outra casa

Nossa infortúnio termina

Quando nos aproximamos

Era uma casa em ruína

17

Mais um pouquinho

A gente teve que andar

Até que enfim o asfalto

Veio pra nos alegrar

Só não mandamos mensagem

Internet sem pegar

18

Prosseguimos a viagem

Mais um trecho sem estrada

Lombadas de estremecer

E sem ser sinalizada

Só se ouvia a voz de Lúcia

Itamar! olha a lombada!

19

Na lombada certa vez

Não atendeu seu apelo

Deu um pulo na danada

Veja só o desmantelo

Minha cabeça foi ao teto

E do lado o cotovelo

20

Pelo pouco que conheço

Eu já pude observar

Que ITAMAR é ranzinza

Só na hora de pagar

Mas na hora de comer

O prato é de admirar

21

Soube de fonte segura

Que ele foi visitar

Nossa cidade do Crato

Na praça foi passear

Tomar um caldo de cana

E um pastel degustar

22

Veja só o que aprontou

O nosso belo rapaz

Os sabores do pastel

Ele pegou no cartaz

Viu que todos tinha ovo

Isso não lhe satisfaz

23

Não quero que bote ovo

Faz favor não colocar

Escolheu o seu sabor

E pôs-se a saborear

Disse pra moça : os ovos,

Embrulha que vou levar

24

E dona Lúcia

Tá sempre bem humorada

Encontra sempre motivo

Pra dar boa gargalhada

Ainda escuto sua voz

Itamar!, olha a lombada!

Alcinete Gonçalves
Enviado por Alcinete Gonçalves em 03/02/2023
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