A morte do cachorro jolí

Pelas bandas do sertão mineiro

Conto para o mundo inteiro

A história de jolí

Jolí era o nosso cachorro

Tinha de ofício o lati

Mas por meio de uma sina

Como em contos de menina

Teve que dessa vida parti

Nas bandas do Jequitaí

( 1 )

Muito distante daqui

Nem a cidade eu conhecia

Fato que meu pai dizia

Na humilde casa velha

Fincada no pé serra

Começava seu martírio

Foi em um simples atrito

Problemas com vizinhos

No cantar dos passarinhos

( 2 )

Que jolí veio a falecer

Nosso vizinho, o Salvador

Que de coronel não tinha nada

Pois seu oficio era doutor

Em certa ocasião

Nesse reduto mateiro

Tinha um vaqueiro

De seus rebanhos vivia a cuidar

Seu nome era João que da gente era parente

( 3 )

Não tinha como duvidar

Mas devido a relação familiar

Com seu ato de intimar

Passou de jolí duvidar

Acusando do sumiço dos ovos da fazenda

A fim de arrumar contenda

Acusou nosso cachorro de assassino

Em meio ao desatino

Peripécias de cachorro e menino

( 4 )

Meu pai se enfureceu

E com força em jolí bateu

Foi no pé de laranjeira

Numa só bagaceira, lá no fundo do quintal

Presenciei uma morte banal

Essa é uma triste história

De realidade simplória

É preciso alertar

Que no homem jamais podemos confiar

( 5 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 02/02/2023
Código do texto: T7710113
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