A morte do cachorro jolí
Pelas bandas do sertão mineiro
Conto para o mundo inteiro
A história de jolí
Jolí era o nosso cachorro
Tinha de ofício o lati
Mas por meio de uma sina
Como em contos de menina
Teve que dessa vida parti
Nas bandas do Jequitaí
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Muito distante daqui
Nem a cidade eu conhecia
Fato que meu pai dizia
Na humilde casa velha
Fincada no pé serra
Começava seu martírio
Foi em um simples atrito
Problemas com vizinhos
No cantar dos passarinhos
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Que jolí veio a falecer
Nosso vizinho, o Salvador
Que de coronel não tinha nada
Pois seu oficio era doutor
Em certa ocasião
Nesse reduto mateiro
Tinha um vaqueiro
De seus rebanhos vivia a cuidar
Seu nome era João que da gente era parente
( 3 )
Não tinha como duvidar
Mas devido a relação familiar
Com seu ato de intimar
Passou de jolí duvidar
Acusando do sumiço dos ovos da fazenda
A fim de arrumar contenda
Acusou nosso cachorro de assassino
Em meio ao desatino
Peripécias de cachorro e menino
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Meu pai se enfureceu
E com força em jolí bateu
Foi no pé de laranjeira
Numa só bagaceira, lá no fundo do quintal
Presenciei uma morte banal
Essa é uma triste história
De realidade simplória
É preciso alertar
Que no homem jamais podemos confiar
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Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.