A História de Domingos de Eduarda
Lá pelas bandas do sertão mineiro
Tinha um cabra que metia medo no mundo inteiro
Possuía de oficio de um pouco a inteiro
Era lavrador, carvoeiro e marceneiro
Vaqueiro, pedreiro e carpinteiro
Não largava o candieiro
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Pois era um bom sanfoneiro
Puxando o fole o dia inteiro
Certa vez lá pelas bandas do Jequitaí
Há poucas léguas daqui
Próximo ao povoado de pitombeiras
Também terra de mangabeiras
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Até que certo dia
Em ritmos de alegria
Domingos danou-se a forrozá
Puxava o fole daqui, puxava acolá
Foi nos sítios dos vizinhos
No cantar dos passarinhos
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Que um cabra da redondeza
Mal sabia da sua frieza
Em certo dia
Acabando com a alegria
Com Domingos resolve a atentar
Não sabendo que a brincadeira
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Formaria uma bagaceira
O cabra iria se lascar
Foi por causa de um cabresto
Ocasião sem contexto
Foram três cabrestos no pescoço
Nenhum deles passou no rosto
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O coitado do sujeito
Totalmente sem jeito
Praticamente sem preceito
Que Domingos resolve torá
Mal sabia este homem
Em pele de lobisomem
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Que o cabra era de lasca
E a sua vida iria findá
Mas para misericórdia de Deus
Que protege os terrenos seus
Esse sujeito não acometeu
Como também não faleceu
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Muitos anos se passaram
Moças jovens se casaram
Domingos se arrependeu
Das astúcias que cometeu
No ano de 2001, Domingos adoeceu
E nos meados dos anos, se arrependeu
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Para muitos, o mesmo se converteu
Ao santo evangelho
Unindo - se á um ministério
11 de maio de 2003 Domingos faleceu
Isso gerou uma interrogação
Só Deus sabe de tal decisão
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Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.