Um robô cricri
Um robô antifakenews
Certo dia me perguntaram
Qual seria a invenção
Que mais me surpreendeu
E despertou atenção?
Respondi que foi o robô,
Mostrando logo a razão.
Falei sobre a variedade
Desses belos artefatos.
Não são mais bichos de lata
Que andam feito carrapatos,
São seres bem projetado
Que praticam muito atos.
Para se ter uma ideia
De como são tão bacanas:
Narrei uma situação
Ocorrida outra semana
Quando um certo robô
Entendeu a mente humana.
Foi um cidadão distinto,
Pai de família pacato,
Que em busca da verdade
Virou vítima de boato.
Caro leitor, não duvide,
E vamos logo aos fatos.
Numa feira de ciência,
Tal pai, por curiosidade,
Compra um robô estranho,
Movido pela verdade,
Que não suporta mentiras,
Lorotas, ou falsidade.
Era um robô detector,
Como pessoa que sente,
Cuja principal função
Descobrir aquele que mente.
Tinha bastante trabalho
Aguardando-o pela frente.
Assim que chegou em casa,
Já tava pronto o jantar.
Na mesa, esposa e filho
Começaram a conversar.
Ele armou logo o boneco
E sem medo foi testar.
Onde esteve hoje, filho,
Que não passou o dia aqui?
Pai, dia todo na escola,
Estudando, nem saí.
O robô dar-lhe um tapa
Dos mais fortes que já vi.
O menino gaguejando,
Muitas lágrimas já caindo,
Disse: na casa de Zé,
Com um DVD assistindo.
Que DVD era esse?
O pai foi lhe exigindo.
Diga a verdade, filho.
Com pena, a mãe exclama.
Fale tudo desse filme,
Do roteiro até a trama.
Tá bem, mãe, vou falar:
Foi Banana de Pijama.
A mãe ouviu um estalo
Parecendo um agogô.
Tava o filho novamente
Apanhando do robô.
E, chorando, disse ao pai:
Assisti filme pornô!
O pai então repreendeu:
Chega dessa obscenidade!
Nem sabia o que é pornô
Quando tinha a tua idade!
Levou um tapa na cara
Que entortou uma metade.
O menino se assustou,
Fez de conta que não viu.
A mãe se descontrolou,
Ficou alegre e sorriu.
O pai mudou de cor,
Azulou feito um anil.
Bem relaxada, a esposa
Começou sua gozação:
Pai e filho iguaizinhos,
Mentem mais do que o cão.
O robô que atento tava
Lhe acertou maior tapão.