QUANDO ESCREVO
Se eu for dizer quanto gosto
De escrever versos rimados
Ninguém pode aquilatar
O valor dos meus agrados
Nem provar do que já fiz,
Quanto que já fui feliz,
Com meus versos publicados.
Como comer arroz doce
Quando escrevo já bem sinto,
É como beber no cálice
Licoroso vinho tinto,
Bem como sentir o cheiro
Das flores do juazeiro
Ou os efeitos do absinto.
Ao escrever mais pareço
Ter cara de personagem,
Passear no tempo antigo
A bordo de carruagem,
Viver por muitas pessoas,
Ver rugir mamães leoas,
Visualizar miragem.
Escrevendo vou voando
Para bem longe de mim,
Passeio no paraíso,
Vejo um anjo querubim,
Dou voltas na fantasia,
Troco a noite pelo dia,
Ouço o toque do clarim.