O Massacre de Angicos
Foi em 28 de julho
Mil novecentos e trinta e oito
O Sertão ficou afoito
Pondo fim no orgulho
De Lampião e seus camaradas
Pouco restou dessa cambada
Na morte do Cabra de Serra Talhada
Naquela tocaia armada
E não resistindo o conflito
Foi massacrado em Angicos
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O tenente João Bezerra
Nem pediu licença
Ao lado de Francisco Ferreira
Não poupou clemência
Ao bando de Lampião
Preparando uma emboscada
Nas bandas de Poço Redondo
Foi um verdadeiro estrondo
Com tiros de bala lascada
No lombo da cabroeira
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Dando fim na vida cangaceira
De Lampião e seus cabras
Daquela cabroeira braba
Quase não sobrou ninguém
Muitos menos pra refém
Pois correram fugidos
Com pinta de foragidos
Dessa vida de Cangaço
No cordel que faço
No contingente dos treze
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Mortos nesse Cangaço
O Massacre dos Angicos
É lembrado todas às vezes
Como o fim do conflito
De Lampião e seus cangaceiros
Dito em manuscrito
Construindo este luzeiro
Daqui do meu Sertão
Contando o letreiro
Da morte de Lampião
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Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.