O Massacre de Angicos

Foi em 28 de julho

Mil novecentos e trinta e oito

O Sertão ficou afoito

Pondo fim no orgulho

De Lampião e seus camaradas

Pouco restou dessa cambada

Na morte do Cabra de Serra Talhada

Naquela tocaia armada

E não resistindo o conflito

Foi massacrado em Angicos

( 1 )

O tenente João Bezerra

Nem pediu licença

Ao lado de Francisco Ferreira

Não poupou clemência

Ao bando de Lampião

Preparando uma emboscada

Nas bandas de Poço Redondo

Foi um verdadeiro estrondo

Com tiros de bala lascada

No lombo da cabroeira

( 2 )

Dando fim na vida cangaceira

De Lampião e seus cabras

Daquela cabroeira braba

Quase não sobrou ninguém

Muitos menos pra refém

Pois correram fugidos

Com pinta de foragidos

Dessa vida de Cangaço

No cordel que faço

No contingente dos treze

( 3 )

Mortos nesse Cangaço

O Massacre dos Angicos

É lembrado todas às vezes

Como o fim do conflito

De Lampião e seus cangaceiros

Dito em manuscrito

Construindo este luzeiro

Daqui do meu Sertão

Contando o letreiro

Da morte de Lampião

( 4 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 18/01/2023
Código do texto: T7698640
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