Dia do combate ao trabalho escravo
O Dia do combate ao trabalho escravo
Não mudou muita coisa não
Onde tem Mandacaru bravo
Tem também exploração
Se é 28 de Janeiro
O tempo passou
Por aqui nada mudou
Nas terras do Candeeiro
Nas quebradas do Sertão
Me causa indignação
( 1 )
Tanta exploração
Gente oportunista
Se for colocar na lista
Cheira podridão
Carece ativista
Pra tanta escravidão
No meio do Sertão
Não escolhe codinome
Muito menos sobrenome
Ora homem, menino e mulher
( 2 )
Fazer valer o direito
Isso ninguém quer
Haja tanto defeito
Pra quem vive de migué
Esse ato mal feito
Faz um país ralé
Sem perspectiva de vida
De gente explorada
Com alma dolorida
Não adianta ser honesto
( 3 )
Num país desonesto
Que a igualdade é dividida
De forma injusta
Com tanta gente justa
Lutando por um prato de comida
Mente corrompida
Jamais sentiu na pele
A tabuada da vida
Correção pra gente forte
Que senti na pele
( 4 )
O que é ser cabra do norte
Nas entranhas do São Francisco
É gente ficando rico
Sem nenhum merecimento
Do direito trabalhista
A falta de alimento
É a praga do momento
No canário vigarista
Apelo a justiça
Que vê e não faz nada
( 5 )
Quando é do lugar
Patrocina essa cambada
Na terra do chafariz
A esperança está
Lá no Sul do país
Na sede da Policia Federal
Que se vier por aqui
Vai mergulhar no mártir
Que semeia tanto mal
Nessas bandas daqui
( 6 )
Chego ao final
De mais um cordel
Com o toque menestrel
Contra o trabalho escravo
Faço críticas e não largo
Na defesa do Sertão
E por aqui cravo
“O Estado é fraco de ação”
Permitindo trabalho escravo
Como os tempos da escravidão
( 7 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.