Trabalho escravo

Ahh trabalho escravo!

A poesia combinou

Mas o tempo não levou

Da pele do matuto bravo

As escorias da injustiça

De sofrer exploração

Estragos em suas mãos

Fruto do mundo da cobiça

Onde a ganância atiça

Homens poderosos

( 1 )

Muitos impiedosos

Vendidos pelo dinheiro

Mau cheiro

É se vender a “mamom”

Humilhando o seu semelhante

Entrando nesse tom

De homem ignorante

Aqui não tem diálogo

Trabalho análogo

E o que mais se tem por aqui

( 2 )

Nas lembranças que vivi

No Vale do Jequitaí

O homem do Sertão

Tem resistência e rojão

Peca na falta de conhecimento

E no Estado fraco de ação

Sendo desatento

Enganado por gente oportunista

Que por um registro na foto

Banca de vigarista

( 3 )

Comprando seu voto

De magnata a doutor

Ao fazendeiro explorador

Tem muita gente de nome

Que preza por sobrenome

Mas não vale o prato que come

Que Deus me perdoe

E a trombeta soe

Nas quebradas do Sertão

Pois é tanta injustiça

( 4 )

Político plantando cobiça

Nas escorias da corrupção

Viver aqui é amargo

Que nem Mandacaru bravo

Resiste ao trabalho escravo

Minhas criticas não largo

Sou defensor do Sertão

Ser líder nessa região

É não ser ganancioso

Vivendo no Sertão perigoso

( 5 )

Foi uma verdade dita

Por João Guimarães Rosa

Quando bem escrita

Rende um Mote e Glosa

Viver fogo no braseiro

É ter espírito guerreiro

No Nordeste Brasileiro

Como defensor do Sertão

Bato no Estado sem ação

E contra essa escravidão

( 6

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 16/01/2023
Reeditado em 21/01/2023
Código do texto: T7696834
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