Serrita

A cidade de Serrita

No Sertão Pernambucano

A vaqueirama agita

Pois acontece todo ano

O esporte do vaqueiro

É a pega de boi no mato

Na mata e no tabuleiro

Vira esporte no Sertão

Chapéu, perneira e Gibão

É acessório pra vaqueiro

( 1 )

Correr nos tabuleiros

E proteger do mato fechado

Desviando da madeira

No meio da catingueira

Com Jurema e Alastrado

Vaqueiro vai correndo atrás

Com seu jeito sagas

No meio do Sertão

Como uma brava gente

Pegando boi valente

( 2 )

Em dia de apartação

Seu Gibão nunca acaba

Pra pegar novilha braba

Só Vaqueiro do Sertão

Também é Nordestino

No modo de dizer

De como se proceder

Na cultura do Sertão

Nesse ofício

Serrita tem tradição

( 3 )

Lembrada nos indícios

De uma morte no Sertão

Um homem humilde que só

O Vaqueiro Raimundo Jacó

Talvez o exemplo maior

De Vaqueiro no Nordeste

Primo de Luiz Gonzaga

Lá das bandas do Exu

Essa história que repete

E novamente é contada

( 4 )

Do Sertão do Pajeú

Pelas bandas de Serrita

Tinha um grande fazendeiro

Precisando de um Vaqueiro

Pra pegar seu boi

Que no passado foi

O mais afamado do Sertão

Que se perdeu nos tabuleiros

( 5 )

E logo chama seu vaqueiro

Miguel Lopes

Que a disposição responde:

Pois não patrão?

Vai atrás de Raimundo Jacó

Meu boi escapou

E quero que ele pegue ele

Ainda hoje pra mim

O Vaqueiro responde:

Patrão não sei se ele

( 6 )

Vai pegar aquele boi não

Ele é muito bravo

O Fazendeiro responde:

Vai logo rapaz

Conta há tempos atrás

Que Raimundo Jacó

Foi o maior Vaqueiro

Que pisou pelo Nordeste

Essa história se repete

Pois da dó

( 7 )

Quando Raimundo Jacó

Atravessou os tabuleiros

Junto com o Vaqueiro

E pegou o boi

Amarrando num pé de arvore

Ehh gado hooi

A tarde se foi

Lá estava o seu cachorro valente

Uivando a morte de um inocente

Pois estava Raimundo Jacó

( 8 )

Caído no chão

Com o boi amarrado

Naquela desolação

Ficando lembrado

Essa triste história

Que aconteceu no Sertão

De um simples Vaqueiro

Do Nordeste Brasileiro

Que por outro Vaqueiro

Foi morto a traição

( 9 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 15/01/2023
Reeditado em 21/01/2023
Código do texto: T7695816
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