Lampião em Mossoró

Sobre a cidade de Mossoró

Já vou arrochando o nó

Falando do meu Nordeste

E do tal cabra da peste

Virgulino Ferreira da Silva

O vulgo Lampião

Pra muita gente viva

O cabra botou fogo no Sertão

Com sua voz ativa

Armando contra a população

( 1 )

No ano de 1927

O cabra pintou o sete

Ameaçou o prefeito de Mossoró

Sobrou até pros Coronéis

Pois sem piedade e dó

De roubar suas notas de reis

Almejando dinheiro na mão

Pois Mossoró crescia pela contramão

Com as lavouras de algodão

Que só aumentará a produção

( 2 )

Nessa terra Nordesteira

E também algodoeira

Lampião entrou na cidade

Pois tinha mandado recado

Perante as autoridades

E com um comboio armado

De mais de 100 cabras

A contenda seria das brabas

O cabra logo insistiu

De saquear o Banco do Brasil

( 3 )

Querendo quatrocentos mil

Contos de reis

Seqüestrando autoridades

Invadindo a cidade

Sem autorização

Pois agia no desgoverno

De jamais respeitar o governo

No caso propôs Lampião

Exigir libertação

Só com o dinheiro na mão

( 4 )

A vista do Cangaceiro

Que no ato desordeiro

Pediu 21 mil contos reis

Pelo seqüestro de Antonio Gurgel

E Jaime Fernandes Guedes

Exigindo tirar 400 mil reis

Ameaçando o Coronel

E invadir o Banco da cidade

Com a cidade sem autoridade

Coube a população

( 5 )

Acabar com a audácia de Lampião

Desafiando o cangaceiro

No seu ato desordeiro

Querendo arrancar o dinheiro

Que movia aquela cidade

Resolvendo bancar de autoridade

No confronto armado

Muito conhecido no Sertão

Ficando registrado

A derrota do bando de Lampião

( 6 )

Pois a população se armou

Com Lampião e o seu bando

Totalmente sem comando

Logo se escorraçou

Da cidade de Mossoró

O povo ali arrochou o nó

Desafiando o cabra maior

O tal governador do Sertão

Ficaram todos sem reação

Seguindo o rumo e mudando curva

( 7 )

Temendo levar uma surra

No meio do Sertão

E aqui termino o cordel

De Lampião em Mossoró

Como poeta menestrel

No Cangaço que virou pó

Por uma população

Que não teve dó

Da bandidagem no Sertão

Derrotando o Cangaço de Lampião

( 8 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 14/01/2023
Código do texto: T7695169
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