Musa baixinha
I
De tamanho bem cotó.
Ela é mesmo a tampinha.
Vixiiiiiii, pequenininha!
Perna curta que dá dó.
Diz a mãe: um mocotó.
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
Um tantinho arretada.
Medo de quase nada.
Não passa de ‘naniquim’.
II
Vive toda enfeitada,
Feito árvore de Natal,
Não é muito normal,
Toquinho; esforçada;
Sempre muito dedicada.
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
Dorme feito pedrinha.
Assim toda rolicinha.
Não passa de ‘naniquim’.
III
Cabelo descabelado;
A sua alma é poeta;
É um tantinho discreta;
Adora céu estrelado;
Adora mais seu amado;
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
É ‘musinha’ que inspira.
E o universo conspira
Não passa de ‘naniquim’.
IV
Seu sambar é bonitinho,
Na passarela da vida,
Lá vem ela bem florida.
Na cintura um joguinho.
E na cara o seu oclinho.
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
Ela abala até Bangu.
Onde passa há sururu.
Não passa de ‘naniquim’.
V
Mas ela ama gigante;
E se doa por inteiro;
Adora ser jardineira.
Coração de elefante.
Tem jeitinho cativante.
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
Ela gosta da presteza
A inteligência é riqueza
Mas é mesmo ‘naniquim’.
VI
Ela curte a mudança.
O salto é sua extensão.
Às altas, o meu perdão.
E tem muito de criança,
Não perde a esperança.
Com cheirinho de jasmim.
Longe de ser manequim.
Mora na casa imaginação.
Com tamanho e dimensão
Mas é mesmo ‘naniquim’.
Uberlândia MG