Recife
Foi estudando sobre Recife
Que descobri a beleza Nordesteira
Pousar de grife
Foi a partir de Veneza
Da cidade pioneira
Que se deu a beleza
Da Veneza Brasileira
Esse é o nome dado
E também apelidado
A capital pernambucana
( 1 )
Por se assemelhar
No contato com o mar
A cidade italiana
São as águas banhando de lá
Do outro lado do Atlântico
São águas banhando de cá
Mais parece um par romântico
Que resolve namorar
Nessas cidades tudo deságua
Pela imensidão da água
( 2 )
Recife onde o ritmo é o frevo
Essa dança que me atrevo
Botá o cabra pra dançar
Todo mundo á entortar
É o jeito de pegar
Parece uma atividade física
No embalo duma música
Vai caindo e levantado
E o corpo exercitando
Parecem os pingos da chuva
( 3 )
Com inúmeros guarda-chuvas
Ou o calor do sol
Coberto pelo guarda-sol
Sendo manuseados
Nesse ritmo destacado
Pernambuco é o estado
Recife é a capital
Segue o ritmo magistral
Da atividade esportiva
No âmbito profissional
( 4 )
É muito competitiva
Tratando-se de esporte
Admiro o Sport
Seu mascote é o leão do norte
Temido pelo Náutico
No futebol é tático
Seu mascote é o timbu
Do Sertão dos imbus
Que pelas bandas de cá
É uma espécie de gambá
Quem não se lembra dos conflitos
( 5 )
Na batalha dos aflitos
A torcida no agito
Entoando o seu grito
Junto com o mascote esquisito
Não tem desfeita que se faça
A batalha de dois times de raça
Recife é a cidade que reluz
Com a torcida do Santa Cruz
Torcida de muita fé
Está sempre de pé
( 6 )
Com o time no que der e vier
Mas entre Náutico, Sport e Santa Cruz
Minha opinião conduz
Tratando-se de esporte
O maior é o Sport
Pela sua história
Seus tempos de glórias
A sua representação no Nordeste,
No Brasil ganhou fama internacional
Pelo futebol cabra da peste
( 7 )
Recife do período colonial
A cidade está no contexto
Por também ser um berço
Dos fragmentos da colonização
Onde o elemento é construção
Dos casarões antigos
Que mesmo depois dos castigos
Da escravidão
Seguem o convívio
E o enredo vivo
( 8 )
Do estado de conservação
De um patrimônio nacional
Herança do período colonial
Recife é terra de grandes artistas
Poetas, cordelistas, repentistas
Autênticos, rimadores, trovadores
Apagando o cenário dos horrores
Da triste melancolia
Com cordel e alegria
No repente agente canta e cria
( 9 )
A Recife do mar
Das suas praias á banhar
De o corpo á relaxar
A fim de se refrescar
No intenso calor
Parece história de amor
Do poeta que rimou
A beleza que fascina
Os encantos da Praia do Pina
A vida desatina
( 10 )
Parece uma passagem
Do banhista na Praia de Boa Viagem
Talvez um poeta que faz rima
Encantando-se com a imagem
Na essência que fascina
A beleza Nordestina
Descrita na paisagem
Pra ele vira mensagem
Jamais sai da retina
Vira obra prima
( 11 )
Do poeta que afina
A poesia Nordestina
Mesmo não conhecendo o lugar
Fisicamente
Compõe poesia, faz repente
Vive a improvisar
No contexto geográfico
Faz da poesia um gráfico
Seguindo o enredo vivo
Da Geografia do Livro
(12)
Me fez descrever Recife
Sem posar de grife
Talvez seja o destino
Do Matuto Nordestino
Buscando os requintes
Do conhecimento simples
Pois nesses versos que são meus
É algo que só vem de Deus
Faz o cabra persistir na luta
Produzindo poesia matuta
( 13 )
Recife tem poeta que faz mote
Monta glosa
De forró, baião e xote
Fazendo menção honrosa
Ao grande artista do norte
O apogeu e a saga
Do eterno Luiz Gonzaga
Autêntico matuto
Do Sertão do Pernambuco
Hoje fica o tributo
( 14 )
Escrito em poesias
De quem defendeu o Nordeste
Cantou com alegria
Do Sertão ao Agreste
Com forró cabra da peste
Na rota do baião
Recife passou no teste
Por lá cantou Gonzagão
Pois no forró nem compete
Fazer-me refutação
( 15 )
Diante de tal situação
Sou um cabra do Sertão
Recife da imensidão do mar
Onde água insiste em adentrar
E a superfície tomar
Á quem diga as barreiras de contenção
Que colocaram por lá
O mundo é uma decisão
Da natureza arteira
Talvez seja a maneira
( 16 )
Da Veneza Brasileira
No ato de manifestar
Querendo vê suas ruas
Invadidas pelo mar
Será realidade crua
Jamais vista de cá
Por que água na rua
Só é visto de lá
Da costa do Mediterrâneo
Despertaria até conterrâneo
( 17)
Do meu querido lugar
Pois a realidade só emana
Na Veneza Italiana
Recife da Colônia Portuguesa
Da presença holandesa
De Mauricio de Nassau
Desbancando o regime colonial
Implantando por Portugal
No apogeu e na riqueza
Da América Holandesa
( 18 )
Recife entre Regimes
Português e Holandês
A história define
Aquilo que se fez
No Brasil Colonial
Marco inicial
De grandes revoluções
Incertezas e decisões
Por lá iniciaram
Com o tempo se findaram
( 19 )
É história marcada
Teve a Insurreição Pernambucana,
Conjuração de “Nosso Pai”
A história emana
Jamais se retrai
Teve Guerra dos Mascates.
Revolução Pernambucana,
Convenção de Beberibe
Tratando-se de contrastes
A história nunca engana
( 20 )
Do modo que se sabe
A verdade apresentar
O viés do movimento
Sem ter medo de abnegar
O período, o momento
Da Confederação do Equador,
Revolução Praieira
Pois faço o favor
Não faço besteira
De novamente falar
( 21 )
Que o conhecimento é simples
Só atende os requintes
Basta o cabra tentar
Falando da cidade Cosmopolita
Do governo tolerante
De Mauricio de Nassau
A história quando é dita
Não é ignorante
Seu contexto real
Onde o Católico, Judeu e Protestante
( 22 )
Dividiam o mesmo espaço
Sem ser intolerante
Hoje não passa de fracasso
Quem condenou Jesus Cristo
Aceitando o anticristo
Pois intolerância religiosa
Só preenche o mote e glosa
Da perversidade
Presente na humanidade
Recife palco da Guerra
( 23 )
Anglo-Espanhola
O Brasil era a terra
Aprisionada na gaiola
Na guerra entre Portugueses,
Espanhóis, Ingleses e Holandeses
Das nações amigas
Versus as nações inimigas
Em busca de único objetivo
Que ainda se mantêm vivo
O interesse global
( 24 )
E monopólio econômico mundial
Recife é uma grande cidade do Brasil
No espaço e nos livros
Muita gente já viu
Os registros estão vivos
Não pela sua beleza
Está além da América Portuguesa
Na dominação colonial
Pela presença holandesa
De Mauricio de Nassau
( 25 )
Recife me cativou
Aos poucos me conquistou
Como pássaro que voou
A chuva que evaporou
O rio que secou
Em época de estiagem
Anunciando a passagem
Da seca pelo Nordeste
Por enquanto não há conheço
Mas deixo essa mensagem
( 26 )
No cordel cabra da peste
32 estrofes é o texto
Não tem nada que conteste
A história vira ao avesso
Quando se tem verdades no ar
Recife é o contexto
Do poeta que faz bom texto
Da Cultura Popular
Poesia não tem preço
Pra quem sabe rimar
( 27 )
Fazer verso de cordel
É só um ato menestrel
Do Nordeste Popular
É uma poesia que vem da alma
Que encanta e acalma
O seio familiar
De Recife e seu lugar
Acende a topofília
Apaga a melancolia
Tudo vira alegria
( 28 )
O poeta canta e cria
Seus versos a rimar
Encanta, se recria
Não sai do seu lugar
Na profissão repentia
Manda versos pra daná
Sabendo que logo vai se retirar
Quando a poesia acabar
Recife é da Zona da Mata
Que no apresentar do mapa
( 29 )
Foi o ciclo da cana
Em terras pernambucanas
Do domínio da produção de açúcar
De açúcar mascavo
Precisando do escravo
O produto ensacar
Recife é uma cidade
Que produz sua identidade
No espaço cultural
Seja urbano ou rural
( 30 )
É a essência que fascina
A Cultura Nordestina
Eu termino esse cordel
E Recife é o nome
Sou poeta menestrel
Onde os versos fracos se somem
Pois sou um cabra do norte
Minha poesia é forte
Apresentando a cidade de Recife
Sem fazer nenhum tipo de grife
( 31 )
Pois no cenário nacional
Nosso espaço é cultural
É história, educação
Tratando-se de poesia
Sabemos de montão
Pois manifesta a alegria
Na cidade e no Sertão
No espaço e na sociedade
Recife é a cidade
Dessa minha inspiração
( 32 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.