“Foi no local de sua morte, Que o Cangaço ruiu”
Nasceu em Serra Talhada
Formando uma cambada
De cabras desordeiros
Esse foi o cangaceiro
Virgulino “o Lampião”
Fazendo revolução
No seu reinado que caiu
Pelas bandas do norte
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
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Angicos estava tomado
De volantes por todos os lados
João Bezerra o primeiro da patente
Chefiando no posto de tenente
Toda aquela cabroeira
Ao lado Francisco Ferreira
Onde Lampião sucumbiu
Diante das volantes
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
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Como um rebanho de reses
Ali morreram treze
Do bando de cangaceiros
Chefiados por Lampião
Lá foi o bandoleiro
Na pele de capitão
Foi notícia em todo Brasil
A morte do comandante
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
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Pois aqui eu me arrisco
Logo veio um tal de Corisco
Querendo vingar sua morte
Correndo as bandas do norte
Lutando com as volantes
Naquele mesmo instante
O jagunço caiu
Nas mãos de outra volante
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
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Foi enfrentar Zé Rufino
E teve o mesmo destino
Do cabra de Lampião
Pois o capitão Corisco
Virou foi um ‘chorisco’
Nas quebradas do Sertão
Nos estrondos que se ouviu
Do fuzil de uma volante
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
( 5 )
Foi no ano de quarenta
Acabando a guerra sangrenta
Do Cangaço no Sertão
Se foi o reinado de Lampião
Que no Sertão se achava governador
Com corisco bancando de vingador
Mais tudo se sucumbiu
Naquele armamento forte
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
( 6 )
Finalizo esse cordel
Como poeta menestrel
Contando a história
De muitas estórias
Do Cangaço no Sertão
Com Corisco e Lampião
Colocando fogo no pavio
Do Cangaceiro que dita a sua sorte
FOI NO LOCAL DE SUA MORTE,
QUE O CANGAÇO RUIU
( 7 )
Mote & Glosa: Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.