CORDEL – Um pouco do Pelé – 31.12.2022 (PRL)
CORDEL – Um pouco do Pelé – 31.12.2022 (PRL)
(01)
Foi-se o Pelé, o mundo triste
Boquiaberto e sem ação
A dor no peito resiste
Empobrecendo a nação
Uma pena que partisse
Numa época tão tristonha
Que muita gente não visse
Era cobra, não pamonha
(02)
Na fase de futebol
Que o Brasil atravessa
Não tem mais time de escol
A seleção cai depressa
Para equipes de segunda
E sempre nos prega peça
Convocação vagabunda
Tem estrangeiros à beça
(03)
Treinador ruim, nem se fala
Sem prazer, sem coração
Na hora de falar, cala
Para trocar falta colhão
Com a imprensa, só na sala
Nem sequer aperta a mão
Pois o time que ele escala
É de jogo de botão
(04)
O jogador brasileiro
No pênalti é horror
Quase todo é fuleiro
Tem medo e muito pavor
A trave fica aumentada
Pior se bater primeiro
Uma grande palhaçada
Neymar ficou como olheiro
(05)
Ah! no tempo de Pelé
Ganhava-se só no jogo
Tinha ele e seu Mané
Vencer de nós era fogo
A verdade sempre é
Causa dor e muito rogo
Tem de ter bola no pé
Não posso ser demagogo
(06)
O Santos teve uma fase
Time bom e bem raçudo
No campo uma boa base
Se falhar toma cascudo
Mas no ataque esnobava
Com um toque de primeira
E na rede balançava
Vibrava a turma inteira
(07)
No ataque o time tinha
Dorval, o ponta direita
Mengálvio ao lado continha
O Coutinho a bola aceita
O Pelé a DEZ certinha
Pepe canhota perfeita
E time nenhum continha
Não tem qualquer suspeita
(08)
O governo brasileiro
Decerto falhou demais
Faltou algum conselheiro
Isso em tempos atrás
Nunca teve a ousadia
Dele guardar a semente
Que tantos Pelés faria
O povo estaria contente
(09)
Embora que eu acredite
Nessas viagens diversas
Faz tempo e sem o TITE
O Pelé boas conversas
Deva ter feito sucesso
Com muitas moças, diversas
Que visando no progresso
Apelou e foi às pressas
(10)
E nasceram “pelezinhos”
Nesse mundo grande afora
Bem guardados em seus ninhos
Foram crescendo, “simbora”
E hoje são craques perfeitos
Em diversas seleções
E todos são bons sujeitos
Digo aqui com meus botões
(11)
Um fato que poucos sabem
Antes de ser convocado
Leiam agora e se babem
Quase que fora emprestado
Ao Sport do Recife
E restaria lascado
Pobreza e sem cacife
Quem sabe de pé quebrado
(12)
Nossa vida é mesmo assim
Chance não vem duas vezes
Ou uma é boa outra ruim
Nem para o gado que são reses
Jornal bom foi o Pasquim
Que saía muitos meses
Era timtim por timtim
Muito bom para os fregueses
(13)
Sei de tudo sobre o Rei
Mas contar fica impossível
Tanto é assim que parei
O que conto é sempre crível
Inda bem não me exaltei
Falei um tanto cabível
Perdoem-me caso errei
Mas o Pelé foi incrível
SilvaGusmão
Foto: Internet;google
O Miguel Carqueija, grande colega do Recanto, lembou-me dalguns nomes de peso...então resolvei adicionar esses versos:
(14)
O Carqueija me lembrou
Doutros nomes fabulosos
Didi o grande “Folha-seca”
De companheiros briosos
Cada “falta” era um golaço
E da profissão, ciosos
Jogou junto com Pelé
Nos deixaram vaidosos
(15)
O Didi do Botafogo
De Futebol e Regata
Era muito bom no jogo
A mídia toda retrata
E depois de aqui brilhar
Foi embora do Brasil
O Peru pôs-se a treinar
A seleção explodiu
(16)
E numa Copa do Mundo
Na Suécia, se não me engano
Seu time caiu profundo
Foi um jogo mano a mano
Quatro a dois foi o placar
Em favor do meu país
Depois resolveu parar
Foi o destino que quis
(17)
Falou também no Vavá
Foi um grande centro avante
Artilheiro de invejar
Pernambucano gigante
Bola pra ele era gol
Não dormia um instante
Sua luz era um farol
Mas a bola no barbante
(18)
Vavá foi um rubro-negro
No Sport Clube Recife
Parecia o Montenegro
Adorava um bom bife
E daqui foi para o Vasco
Lá do Rio de Janeiro
Onde nunca foi fiasco
Titular o tempo inteiro
(19)
E jogou na Seleção
Bem ao lado do Pelé
O dono da posição
Devoto de São José
Campeão por várias vezes
Um sucesso esse rapaz
Vai figurar entre os deuses
Porque sempre foi um ás
(20)
Nesse ataque de primeira
Da seleção do Brasil
Garrincha, Didi, Vavá
Pelé e Zagalo, quem viu
Era time pra esnobar
Bom de bola, que ungiu
Que nossa história dirá
Jogava pra mais de mil
(21)
Nilton Santos, a figura
De paz e de segurança
Jogo com muita lisura
Divertido tal criança
No final um conselheiro
Para os jovens do seu time
Não tinha olho em dinheiro
Sua jogada sublime
(22)
Também foi do Botafogo
Tinha o Mané do seu lado
E nunca foi demagogo
Conhecia do seu gado
Um show de bola perfeito
Tinha jeito de folgado
Eis aí um bom sujeito
(23)
Que futebol arretado!
Mas o Carqueija falou
Também no grande Gilmar
Um goleiro de valor
Do Corinthians, que jogou
E defendeu sua meta
Com a seleção formou
Um exemplo como atleta
Que o Brasil conquistou
(24)
Foi reserva do Castilho
Goleiro do Fluminense
De quem na vida partilho
Porquanto o bom sempre vence
Na seleção, titular
Que coisa, pense e repense
Seu final triste a chorar
Resolveu se suicidar
(25)
Pulando do sétimo andar
De um prédio lá pelo Rio
A tristeza lhe abateu
A paciência hauriu
Tudo escuro como breu
Pouca gente então o viu
Não tinha jeito de ateu
Porém da vida fugiu
(26)
Mas o querido poeta
Também lembrou do Tostão
Não é dinheiro, mas atleta
Que jogou na Seleção
Garrincha, Didi, Tostão
Pelé e Zagalo, então
Campeão da Copa em setenta
Era assim pedra noventa
(27)
Começou lá no Cruzeiro
Das terras Minas Gerais
No Vasco foi artilheiro
Era craque esse rapaz
Tinha um problema no olho
Que o ameaçava jogar
Quando falo logo encolho
Então deixou para estudar
(28)
De sorte agora é doutor
Com muita categoria
Mas nos deixou muita dor
Perdemos a maestria
Desse grande professor
Nosso ídolo reunia
O bem e com muito amor
Não pensei que contasse um dia
SilvaGusmão