A História de Domingos de Eduarda
Lá pelas bandas do sertão mineiro.
Nasceu um cabra que metia medo no mundo inteiro.
Possuía de oficio de um pouco a inteiro.
Era lavrador, carvoeiro e marceneiro.
( 1 )
Vaqueiro, pedreiro e carpinteiro.
Não largava de um candeeiro.
Pois o seu dom era de sanfoneiro.
Sempre puxando o fole o dia inteiro.
( 2 )
Certa vez lá pelas bandas do Jequitaí.
Há poucas léguas daqui.
Próximo ao povoado de pitombeiras.
Também terra de mangabeiras.
( 3 )
Até que um certo dia.
Em ritmos de alegria.
Domingos se danou a forrozá.
Puxava o fole daqui, puxava acolá.
( 4 )
Foi nos sítios dos vizinhos.
No cantar dos passarinhos.
Que um cabra da redondeza.
Que não são sabia da sua frieza.
( 5 )
Em um certo dia.
Acabando com a alegria.
Com o domingos resolve a atentar.
Não sabendo que essa brincadeira.
( 6 )
Formaria uma bagaceira.
Que iniciaria até lascar.
Foi por causa de um cabresto.
E de questões sem contexto.
( 7 )
Foram 3 cabrestos no pescoço.
Nenhum deles passou no rosto.
O coitado do sujeito.
Praticamente sem jeito.
( 8 )
Muitas vezes sem preceito.
Que Domingos resolve torà
Mal sabia este homem.
Em pele de lobisomem.
( 9 )
Que o cabra era de lascar
E a sua vida iria torà
Mas para misericórdia de Deus.
Que protege os terrenos seus.
( 10 )
Esse sujeito não acometeu.
Como também não faleceu.
Muitos anos se passaram.
Moças jovens se casaram.
( 11 )
E Domingão de arrependeu.
Das astucias que cometeu.
No ano de 2001, Domingos adoeceu.
E nos meados dos anos, se arrependeu.
( 12 )
Para muitos, o mesmo se converteu.
E foi em 11 de maio de 2003, que Domingos faleceu.
Isso gerou uma interrogação.
Só Deus sabe dessa tal decisão.
( 13 )
Poesia ao sanfoneiro Domingos Alves Sanguinette falecido 11 de maio de 2003. Pai do Poeta Moisés Aboiador.
Moises Aboiador Poeta de Literatura de Jequitaí no Norte de Minas.