De arraial á cidade de Jequitaí
Como todo arraial do Sertão, por onde passou António Dó e Felão, sempre foi motivo de composição, os valentões do São Francisco, nos redutos do Morgado António Guedes de Brito e do Major Cipriano de Medeiros. O final sempre vira folheto de cordel narrado.....
Berço das currutelas
Que nasceram das cancelas
Do Morgado António Guedes Brito
No soar do apito
( 1 )
Testemunho o conflito
Neste pequeno arraial
Que no ato banal
A exploração do diamante
( 2 )
Percorria a jusante
Um rio de mesmo nome
Sem prestar codinome
Fazia as honras do povoado
( 3 )
Neste cordel destacado
No final do século XIX
O arraial se desenvolve
Nos desejos dos coronéis
( 4 )
Virando histórias de cordéis
António Guedes de Brito
Patriarca de conflito
De uma série de atritos
( 5 )
Gerando grandes conflitos
Na herança coronelista
Regrada a poder e cobiça
Dominava o Sertão
( 6 )
Do interesse á confusão
A Vila de Jequitaí
Não carece repeti
A pecuária e o diamante
( 7 )
Percorria nascente e jusante
Do Vale do Jequitaí
O que leva a refleti
A audácia dos coronéis
( 8 )
Nos seus atos infiéis
Descritos na literatura de cordel
Nos folhetos de papel
Destacando diversas alcunhas
( 9 )
Precisa de testemunhas
Do Major Cipriano de Medeiros
Aos demais cabras ordeiros
Carece até uma estrofe
( 10 )
Das barras de ouro no cofre
Contado em verso e prosa
No ritmo mote e grosa
Os bandoleiros da jagunçagem
( 11 )
Em seus trechos de passagem
Nos seus atos desordeiros
Desafiando o Major Cipriano de Medeiros
E as autoridades volantes
( 12 )
Na terra dos diamantes
O cangaceiro Antonio Dó
Esse arrochava o nó
Na promoção da confusão
( 13 )
Atiçava o tenente Felão
Sem conseguir embate
Este não gerava debate
Descontava na população
( 14 )
Como se pode
Um alinhamento sem molde
O Major não era doutor
Muito menos professor
( 15 )
Nesse ato transgressor
Vira tentativa ao pudor
Parece idéia metafórica
Foge da realidade simbólica
( 16 )
Carece colocar cacos na sacola
Onde já se viu
Nesse universo anil
Major receber nome de escola
( 17 )
Moisés Aboiador Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.