De arraial á cidade de Jequitaí
Como todo arraial do Sertão, por onde passou António Dó e Felão, sempre foi motivo de composição, os valentões do São Francisco, nos redutos do Morgado António Guedes de Brito e do Major Cipriano de Medeiros. O final sempre vira folheto de cordel narrado.
Berço das currutelas
Que nasceram das cancelas
Do Morgado António Guedes Brito
No soar do apito
Testemunho o conflito
Neste pequeno arraial
Que no ato banal
A exploração do diamante
Percorria a jusante
Um rio de mesmo nome
Sem prestar codinome
Fazia as honras do povoado
Neste cordel destacado
No final do século XIX
O arraial se desenvolve
Nos desejos dos coronéis
Virando histórias de cordéis
António Guedes de Brito
Patriarca de conflito
De uma série de atritos
Gerando grandes conflitos
Na herança coronelista
Regrada a poder e cobiça
Dominava o Sertão
Do interesse á confusão
A Vila de Jequitaí
Não carece repeti
A pecuária e o diamante
Percorria nascente e jusante
Do Vale do Jequitaí
O que leva a refleti
A audácia dos coronéis
Nos seus atos infiéis
Descritos na literatura de cordel
Nos folhetos de papel
Destacando diversas alcunhas
Precisa de testemunhas
Do Major Cipriano de Medeiros
Aos demais cabras ordeiros
Carece ate uma estrofe
Das barras de ouro no cofre
Contado em verso e prosa
No ritmo mote e grosa
Os bandoleiros da jagunçagem
Em seus trechos de passagem
Nos seus atos desordeiros
Desafiando o Major Cipriano de Medeiros
E as autoridades volantes
Na terra dos diamantes
O cangaceiro Antonio Dó
Esse arrochava o nó
Na promoção da confusão
Atiçava o tenente Felão
Sem conseguir embate
Este não gerava debate
Descontava na população
Como se pode
Um alinhamento sem molde
O Major não era doutor
Muito menos professor
Nesse ato transgressor
Vira tentativa ao pudor
Parece idéia metafórica
Foge da realidade simbólica
Carece colocar cacos na sacola
Onde já se viu
Nesse universo anil
Major receber nome de escola
Moisés Aboiador Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.