Do Rio das Velhas ao Mar
Rio das Velhas
Berço do bandeirantismo
Divide as cancelas
Do coronelismo
Nos currais do São Francisco
Situação de risco
Com atos de mandonismo
( 1 )
Dando origem ao banditismo
Cortando um manancial
Dentro da integração nacional
Abismos e façanhas
Percorre suas entranhas
Divulgando a história local
Surgimento inicial
( 2 )
Do ciclo do ouro
Daquele tempo vindouro
Que desbravou os Sertões
Fruto das relações
Firmadas no período colonial
O contexto histórico foi primordial
Apresentando o bandeirantismo
( 3 )
Que nesses versos confirmo
As entranhas do Rio das Velhas
Que em tupi-guarani
Recebe o nome de Guaicuí
Relata um cenário de terras
Formando povoações
Sintetizadas nas diferentes localizações
( 4 )
O cenário retórico
Aborda o contexto histórico
No Sertão do São Francisco
Homens correndo risco
No enredo infiel
Naquele espaço concedido
A carapuça de bandido
( 5 )
Servia em jagunço e coronel
Descrito em certas páginas
De muitas repaginadas
No fictício imaginário
Atendendo o cenário
Do Grande Sertão Veredas
Construído diante as enveredas
( 6 )
De João Guimarães Rosa
Virando conto e prosa
Muito mais que um livro
Verdadeiro enredo ao vivo
Escrito ate em mandarim
Nas fabulas de Riobaldo e Diadorim
De jagunço a cangaceiro
( 7 )
O sertão é bandoleiro
Na imensidão da natureza
O rio mostrava sua grandeza
Na produção do alimento
O cardume era o mantimento
Que regia a população
Ainda não existia poluição
( 8 )
Triste é a calamidade
Presente na realidade
Das secas terríveis
Diante dos poderes impossíveis
Do Deus celestial
Confrontado pelo homem radical
Cria seu cenário imundo
( 9 )
Desafia Deus e o mundo
Na ganância da riqueza
Posta de realeza
Querendo ser maior que Deus
Parecem fariseus
No ato de se rebelar
Contra a autoridade celeste
( 10 )
Não há correção que compete
Todo homem deve se rebaixar
Diante do Senhor
Deus é o Criador
De todos mananciais
Seus pensamentos são magistrais
Nenhum ser desvenda
( 11 )
Não carece gerar contenda
No Rio das Velhas não tinha poluição
Diante dos peixes, roçados e plantação
Cardumes entre as ervas de assa peixe
A natureza preza enfeite
Eram períodos sem poluição
Tudo ficou na perdição
( 12 )
A degradação atinge os mananciais
Dos sertões aos carrascais
No dizer deste manuscrito
A vida é um cordel escrito
Descrevendo a poluição
No Rio das Velhas ao São Francisco
É uma informação
( 13 )
Que é preciso divulgar
Onde tem marisco
Tem poluição no ar
No ato de burla o fisco
O homem vive degradar
A sujeira no São Francisco
Já chegou no mar
( 14 )
Autor: Moisés Aboiador Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.