Mãe (Tributo)
Na verdade eu não tenho palavras para descrever essa pessoa, aquilo que DEUS leva ele não trás de volta. Só tive a oportunidade de conviver ao lado dela 3 anos. Motivo e inspiração para quebrar as regras da ciência..Esse cordel tem 33 estrofes e é um tributo homenageando uma pessoa que ficara pra sempre marcada em minha vida....
Motivo da minha inspiração
Hoje escrevo cordel
Divulgo o Sertão
De uma mãe fiel
( 1 )
Que jamais traiu o seu marido
E no espaço concedido
Foi uma genitora
Autêntica promotora
( 2 )
Que criou os seus filhos
Procurando seguir os trilhos
Da boa educação
Foi por essa razão
( 3 )
Que ela foi uma professora
O ensino era o Mobral
Mais como educadora
Nossa mãe foi genial
( 4 )
Ate hoje é lembrada
Por sua contribuição
Da herança passada
Na área da educação
( 5 )
Da educação simples
Não convém muitos requintes
Só atende a sintonia
Da boa sabedoria
( 6 )
A sabedoria que não mata
E que nunca maltrata
O campo da educação
Nem aflige a população
( 7 )
Sempre será lembrada
Por amigos e companheiros
Pois cumpriu sua jornada
Nos lindos tabuleiros
( 8 )
Do Vale do Jequitaí
Onde destaco aqui
Os pensamentos profundos
Lembrados por seus alunos
( 9 )
Vale do Jequitaí
Das eternas lembranças
Perdidas nas heranças
É difícil refletir
( 10 )
A lei da verdade
Que construo daqui
Lembrando a realidade
Do Vale do Jequitaí
( 11 )
De uma mãe e professora
Uma eterna genitora
No eterno manuscrito
Escrito no Vale do São Francisco
( 12 )
Onde fui nascido e criado
Aprendendo desde inicio
O seu grande legado
Da educação por ofício
( 13 )
Mãe que me criou com carinho
Nunca agiu com agressão
Muito menos deu safanão
Pois trilhava o caminho
( 14 )
Da boa educação
Sempre foi fiel comigo
No ato da correção
Só aplicava o castigo
( 15 )
O castigo do perdão a Deus
Perante os erros meus
Que ajoelhava no chão
E a Deus pedia perdão
( 16 )
Minha mãe nunca foi de bater
Aplicava boa correção
No ato de proceder
Da boa educação
( 17 )
Da educação com dialogo
Que diante dos ermos
Não precisa de psicólogo
Só dobra os joelhos
( 18 )
Pedi perdão a Deus pelos erros
Há se todos pensassem assim
Esse universo sem ermos
Não estaria no fim
( 19 )
Hoje a boa educação
Infelizmente se perdeu
Quem nunca a conheceu
Perdura na solidão
( 20 )
O tempo foi mensageiro
Deus é o pioneiro
Poderoso e ordeiro
Levou minha mãe primeiro
( 21 )
Deus não gosta de tormento
ELE odeia sofrimento
Só cumpre o alinhamento
Do Santo Firmamento
( 22 )
Embora foi pouco tempo
Se colocarmos nos planos
Foram apenas três anos
De muito conhecimento
( 23 )
Que adquirir ao longo do tempo
Com uma grande professora
Sabia de entendimento
No seu ato de autora
( 24 )
Uma grande costureira
Tinha os dotes de cozinheira
O progresso que atende
Foi funcionaria de uma fabrica da Adene
( 25 )
Antiga Sudene
Que o progresso tanto defende
No Sertão inteiro
E em todo Nordeste Brasileiro
( 26 )
Era a extinta Eliane Minas
Também chamada de Palmasa
Nesse mundo de sinas
Que a minha mãe trabalhava
( 27 )
O tempo foi passando
O progresso acabando
A realidade contrastando
Com a fábrica se fechando
( 28 )
Como um fato que constrangia
Gera dor sem alegria
Ver a fábrica que partia
Rumo ao estado da Bahia
( 29 )
Mas minha mãe ficou na história
Do Vale do Jequitaí
Sem pressão nem palmatória
Descrito neste cordel aqui
( 30 )
Lembrança que corta a alma
Ficou na memória de Várzea da Palma
Falo neste manuscrito
Da sua importância no Vale do São Francisco
( 31 )
Mãe que naquele 25 de dezembro
Atendeu o dividendo
Cumprindo o sinal
Do Deus Celestial
( 32 )
Que naquela madrugada
Numa noite enluarada
Da profecia cumprida
Concedeu-me a vida
( 33 )
Cordel dos dias das mães em tributo a Leandra Alves Pereira mãe do Poeta Cordelista Moisés Aboiador falecida no ano de 1992.