Lampião em Poço Redondo

Lampião combateu lá nas bandas de riba

Com as volantes da Paraíba

Eliminou as volantes do Pernambuco

Fez do milho ao sabuco

Invadiu o Ceará

Dizendo: vou no meu “padim ciço” me confessar

Na verdade o cabra queria confusão

Botando terror no Sertão

Atiçando medo na população

O cabra chegou a Mossoró

( 1 )

E já foi arrochando o nó

Lá nas bandas do Rio Grande Norte

Reuniu seus cangaceiros

E seu armamento forte

Bancando de desordeiro

A fim de prestar contas com a população

Nesse dia ele tava com o cão

Metendo fogo pro céu

Confundindo a população com Coronel

Nessa onda de quem turra

( 2 )

Lampião levou uma surra

Junto com o seu bando

Perdendo até os comandos

Só pra ter a mão de Maria

O cabra infernizou o estado da Bahia

Mais o enredo aqui é o tombo

Seu fim em Poço Redondo

Virgulino Ferreira da Silva

Vulgo Lampião

Tinha voz ativa

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Virou governador do Sertão

Bancando de lenda viva

Teve a alma corrompida

Perdendo a sua vida

No Sertão Sergipano

38 foi o ano

Que Lampião e Quinta-Feira

Caiu na bagaceira

Adrião P. de Souza, da Volante

Caiu na vida errante

( 4 )

Morrendo em sol escaldante

Também foi junto

Na pele de defunto

Luiz Pedro, Mergulhão,

Alecrim fraco de ação

Enedina, Moeda, Elétrico,

Colchete e Marcela

Também morreu Maria Bonita

No ato maquiavélico

Que decepou sua guela

( 5 )

Que a história dita

Era mulher que mais amava

O temido cangaceiro

Que a vida se findava

Acabando se o desmando

Junto com o seu bando

Teve um fim trágico

Sucumbindo nos tabuleiros

Lá de poços dos angicos

Num sangrento conflito

( 6 )

Armado pelas volantes

Do tenente Bezerra

Que por força de atrito

Logo tramou uma emboscada

Atiçou uma guerra

Sua façanha foi marcada

Por ser o único cabra no Sertão

A desbancar o cangaceiro Lampião

E todo seu bando

Acabando de uma vez por todas

( 7 )

Com o comando

De Lampião e seus camaradas

O cangaço acabou

A história registrou

Na cultura que ficou

Registrada em Poço Redondo

Dos mandos e desmandos

No Nordeste do século XX

Atendo os requintes

De força de atrito,

( 8 )

Rebelião e conflito

Do jagunço ao coronel

E coube o menestrel

Fazer versos de cordel

Do causo contado

Sobre o cangaço no passado

Fazendo que Poço Redondo

Fique na história

Da época dos desmandos

Hoje são registros e memórias

( 9 )

Presentes na Grota dos Angicos

Um ato simbólico

Do Nordeste Histórico

Mais também é ecológico

No modo de especializar

O bioma desse lugar

Pois o retrato da Caatinga

É a imensidão que respinga

Na beleza que fascina

Os elementos da Cultura Nordestina

( 10 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 13/12/2022
Código do texto: T7670663
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