'Em lugar que reina corrupção, Quem sofre é o povo no Sertão'

Se eu não fosse um artista

Não seria um cordelista

Seria um justiceiro no Sertão

Não seria como Lampião

Seria como Jesuíno

Corajoso como António Silvino

Defendendo o meu Sertão

Contra essa corrupção

EM LUGAR QUE REINA CORRUPÇÃO,

QUEM SOFRE É O POVO NO SERTÃO

( 1 )

Jamais nego minha origem

Dos Nordestinos que dizem

Sou matuto do Sertão

Nesse mundo sou vaqueiro

Na ‘catinga’ sou um guerreiro

Uso chapéu de couro, perneira e gibão

Nas vaquejadas do Sertão

Mais vejo tanta ingratidão

EM LUGAR QUE REINA CORRUPÇÃO,

QUEM SOFRE É O POVO NO SERTÃO

( 2 )

Botei o arado em minha roça

Colhi milho de carroça

Botei num quarto de palhoça

Pra tratar meus animais

Tirar leite nos currais

Hoje eu não vejo mais

Nem roçado, nem plantação

Só tristeza e desolação

EM LUGAR QUE REINA CORRUPÇÃO,

QUEM SOFRE É O POVO NO SERTÃO

( 3 )

Boto meu chapéu na testa

Viver é o que me resta

A Injustiça não me interessa

É coisa ruim que desinfeta

Nesse mundo de ilusão

De gente se vendendo em troca de pão

Quando não se tem palavra e opinião

Político tem fama de ladrão

EM LUGAR QUE REINA CORRUPÇÃO,

QUEM SOFRE É O POVO NO SERTÃO

( 4 )

Sou poeta menestrel

Que termina esse cordel

Sem muita discussão

Pois está escrito nos anais

Quem conversa demais

É sujeito falastrão

Mas defendo minha opinião

Sem ter qualquer refutação

EM LUGAR QUE REINA CORRUPÇÃO,

QUEM SOFRE É O POVO NO SERTÃO

( 5 )

Mote & Glosa: Moisés Aboiador Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 08/12/2022
Código do texto: T7667335
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