Raimundo Jacó
Há quem diga no Nordeste Brasileiro
Que jamais existiu um vaqueiro
Como Raimundo Jacó
Sua história é de arrochar o nó
E vou lhe contar agora
A história desse cabra
Correndo mundo afora
Chega doer à estória
Do primo de Luiz Gonzaga
Lá pra bandas do Pajeú
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No Sertão de Pernambuco
Na cidade de Exu
Nasceu esse matuto
No ofício de vaqueiro
Tornou-se um grande personagem
Conhecido no Sertão
Por ter sido homem guerreiro
Que correu na paisagem
Cuidando da apartação
Raimundo Jacó foi um grande vaqueiro
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Andava sempre sorridente
Em suas andanças pelo Sertão
Ao lado do fiel companheiro
O cachorro valente
Seu estimado cão
Executava o oficio
Sem oferecer nenhum risco
Ou qualquer preocupação
A quem diga que Raimundo Jacó
Era amigo dos animais
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Um homem que tinha dó
Que nunca agiu sem dó
Com os pobres mortais
Quando entrava na mata
Sempre colocava a frente
Seu cachorro valente
E dentro da mata
Lá estava valente
Latindo todo gado
Com jurema e alastrado
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Quando ele avançava
O gado reagia
E logo se espantava
Quando o gado mugia
Sempre ouvindo os comandos
De Raimundo Jacó
Que sempre acertou os planos
Nunca agiu sem dó
Pois tinha sabedoria
Pra domar um animal
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Agindo sem valentia
Causando nenhum mal
Cuidando da apartação
Tratando o animal com carinho
Como fosse um passarinho
Ao lado do seu cão
Que assistia latindo
Com o Vaqueiro sorrindo
Aquela encenação
Certa vez Raimundo foi chamado
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Por um grande fazendeiro de Serrita
Pra pegar seu boi
Que se perdeu na ‘catinga’
Raimundo se aprontou e foi
Ajuntou-se com Miguel Lopes
Que nessa encomenda
Era o Vaqueiro da Fazenda
Lá no meio da caatinga
Uma imagem retratava
Um cachorro latindo
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De tão triste uivava
Seu dono que vivia sorrindo
Agora enlutava
Pois Raimundo estava morto
Estirado no chão
Pois um sujeito escroto
Por nome Miguel
O matou a traição
Nessa história menestrel
Que aconteceu no sertão
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Autor: Moisés Aboiador Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas