Trabalhadores
Nas ruas da grande cidade
A pé de ônibus ou trem
Todos, de qualquer idade...
Na esperança vão e vem.
De passo largo esquecido
Povoam sem sentido o dia
Com o sonho desiludido
Que no coração ardia.
Todos buscam seu pão
Por muitas vezes negado
Desfilam sem opção
Nem sabem do seu legado.
Famintos e abandonados
Abençoam o trabalho
Fruto dos sacrificados
Que por vezes é falho.
Todos buscam o comum
Que é manter seu bem
Sem sabor nenhum
Porque a outros convém.
Na insensatez da vida
Com carga a atropelar
Esperam a sorte devida
Sem ter a quem apelar.
E vai-se nas ruas e esquinas
Do anoitecer em desalento
De bares, botecos e sinas...
E mais fome por aumento.