MANIFESTO DA HONESTIDADE

MANIFESTO DA HONESTIDADE

Praça do Cordel

Bienal Internacional do Livro de Fortaleza

Lucarocas a Arte de Ser

Desde quando era menino

Ouvia meu pai falar

Que pra fazer meu destino

Na trilha do caminhar

Eu tinha que ser honesto

Usando a ação e gesto

Como espaço pra voltar.

E já o senhor João

Com voz firme me falava

Que qual fosse a direção

Dos passos que me levava

Usasse de honestidade

Pois na vida há uma verdade

É que nome não se lava.

Eu trago no Manifesto

Uma proposta do bem

Uma fala de protesto

Que vai alertar alguém

E tudo que está escrito

Era então para ser dito

Por quem coragem não tem.

É triste ver no cordel

Muita desonestidade

Uma falsidade cruel

Em nome de entidade

Que causa indignação

A quem tem senso e razão

Do bem da honestidade.

Começa por quem escreve

E deseja publicar

Aí o outro se atreve

Ao cordelista ajudar

Termina então por fazer

Por quem não sabe escrever

Só por dinheiro ganhar.

E quem cai na desse “artista”

Vai se achando escritor

Pensando que é cordelista

Se vê em grande esplendor

Mas na hora de escrever

Nunca vai saber fazer

Pois nunca foi um feitor.

É preciso honestidade

Ao produto publicado

Fazer só a quantidade

Que lhe for solicitado

Não imprimir mais além

Surrupiando de alguém

Pra ter produto estocado.

Ser honesto é não fiar

Uma falsificação

Pra poder legalizar

Uma tal declaração

E com o ato incorreto

Fazer parte de projeto

Usando associação

É preciso ser honesto

No trabalho coletivo

E ser líder com bom gesto

Sem se tornar abusivo

E se fazendo de dono

Deixa uns em abandono

E outros o faz cativo.

Ser honesto e convocar

Todos pra reunião

E com clareza falar

De toda programação

E não ficar se escondendo

E depois ir escrevendo

Carta de orientação.

Ser honesto é não zombar

Do colega da cultura

Dizendo que o seu lugar

Não é na literatura

E que seu material

Não estaria ideal

Para ocupar a estrutura.

É não ter que humilhar

Com o vale da refeição

Para depois desviar

Fazer negociação

E virar um personagem

Relatando a mal imagem

Num cordel de gozação.

Ser honesto é dar espaço

A quem espaço não tem

É acolher num abraço

Aquele que se quer bem

E lembrar de que a praça

Não é só de quem já traça

Do outro qualquer vintém.

Usar de honestidade

É não formar um cartel

Onde o autor de verdade

Não cumpre ali seu papel

É apenas vendedor

E perde a vez de autor

Do seu texto de cordel.

Honestidade é valia

Pra quem cumpre o seu dever

Do outro não se apropria

Do valor a receber

Reparte tudo direito

Para ganhar o respeito

Se fizer por merecer.

Ser honesto é construir

Não fazer separação

Deixar a Praça fluir

Em cada apresentação

E não em curral fechar

Somente para lucrar

Com toda essa exposição.

Ser honesto é fazer bem

Seu texto no escrever

Não copiar de alguém

A temática que foi ver

E escrever na carreira

Levando logo pra feira

Pra tudo poder vender.

Ser honesto é respeitar

O que chamava de irmão

Que quando foi precisar

Ele lhe estendeu a mão

Mas na ânsia de vender

Foi de o irmão esquecer

Fazendo grande traição.

Ser honesto e ser legal

É projeto construir

E ganhar um edital

E com todos dividir

Mas não levar o dinheiro

E do outro companheiro

Ter que viver a fugir.

Ser honesto é ter proveito

Do espaço que lhe dão

E se manter em respeito

Num ato de gratidão

E não os livros fastar

Para arranjar mais lugar

Pra sua publicação.

E para o bem da verdade

Se tudo aqui for falar

Toda desonestidade

Vai todo espaço ocupar

Gastaria mais papel

Pra da Praça do Cordel

Muito mais se relatar.

Fica aqui meu manifesto

Com honestidade e razão

Com palavras de protesto

Nas linhas da educação

Acreditando que um dia

Toda nossa poesia

Seja símbolo de união.

Pra quem leu esse cordel

Busque a mensagem entender

Descubra qual seu papel

No seu modo de viver

E viva com honestidade

Pra que tenha a liberdade

Da existência do ser.

Quando cada um usar

Toda sua honestidade

Tudo então pode mudar

No seio da humanidade

E se terá uma nação

No viver de uma união

Nos campos da liberdade.

Fortaleza, 17 de novembro de 2022

Lucarocas a Arte de Ser

(85) 98897.4497

lucarocasaartedeser@gmail.com

www.lucarocas.com.br

Lucarocas
Enviado por Lucarocas em 04/12/2022
Código do texto: T7664528
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