De arraial á cidade de Várzea da Palma
No universo cabra da peste
Não falta nome que empreste
A quantidade de nomes
Resultado dos codinomes
Aqui distribuído
( 1 )
Não carece ser confundido
Do arraial e povoado
Neste cordel destacado
Antes de presta caridade
Na elevação de cidade
( 2 )
Parece se um teste
A cultura do Nordeste
Antes do banditismo
De coronéis e bandoleiros
Ordeiros e desordeiros
( 3 )
Ainda não existia
Cumprindo a primazia
Do bandeirantismo
Que desbravou os sertões
No tempo das minerações
( 4 )
Diante das ocasiões
Iniciam-se as confusões
Nos currais do São Francisco
Neste cordel escrito
Os trechos de passagem
( 5 )
Prestam camaradagem
Nos caminhos da jagunçagem
Distribuídos na paisagem
Do Rio dos currais
Nomes iniciais
( 6 )
Do Sertão do São Francisco
Contado no manuscrito
De um livro escrito
Ao Morgado Antônio Guedes de Brito
Mandatário do Vale do São Francisco
( 7 )
No ato de burla o fisco
Proprietários das terras
Na divisão das cancelas
Onde apresento com calma
A cidade de Várzea da Palma
( 8 )
No espaço dos codinomes
Dentre os vários nomes
Carece apresentar
Essa história secular
Meados do século XIX
( 9 )
No ato que desenvolve
O lugarejo Porto da Palma
Silêncio que não acalma
As enveredas do Rio das Velhas
Das constantes léguas
( 10 )
Traçadas por cangaceiros
No ato dos bandoleiros
Diante dos coronéis
Não prestavam caridade
Carece especificidade
( 11 )
Na descrição do espaço
Um verdadeiro desembaraço
De seres fiéis e infiéis
Nem os livros prezam cordialidade
Mediante a personalidade
( 12 )
Dos mandões do São Francisco
Neste folheto escrito
Nos sertões da Bahia
De Antônio Antunes de França
Revoltado aos tempos de criança
( 13 )
Assistia a pobreza
Diante da realeza
Dos coronéis sem primazia
No progresso sem dó
Saga de António Dó
( 14 )
Nos boatos e segredos
Diante do enredo
Mediante aos desenredos
Um Robin Hood sertanejo
Segundo boatos do povo
( 15 )
Do sertão e do entorno
No ato da confusão
Era pior que Lampião
Desafiava a audácia de Felão
Que nesta esta ocasião
( 16 )
No correto português
Alferes Félix Rodrigues
Que no ato da patente
Recebia o nome de tenente
Na construção desse repente
( 17 )
A realidade é convivente
Pelo contexto apresentado
Sempre por Dó era derrotado
Não segurava a decepção
Prestando contas com a população
( 18 )
Não tinha dó de ninguém
Desafiava até o além
No seio familiar
Cabe aqui enfatizar
Seu filho desordeiro
( 19 )
Um autêntico cangaceiro
O Feliciano Rodrigues
Espantava até freguês
Que aparecia na venda
Gostava de uma contenda
( 20 )
Com seus atos truculentos
A fim de promover tormento
No espaço concedido
Ganhou fama de bandido
No trocar do codinome
( 21 )
Vargem das Palmas era o nome
No ano de 1910 prezava a gratidão
Com a chegada da estação
A Estrada de Ferro Central do Brasil
Que no progresso anil
( 22 )
Impulsionou as migrações
Nas constantes povoações
No ano de 1928
Aquele sertão afoito
Viveu as transformações
( 23 )
Que percorreram os sertões
Atravessando as cancelas
Das bandas do Rio das Velhas
Naquele horizonte
O rio ganhou uma ponte
( 24 )
Acompanhando o contentamento
Do Brasil do desenvolvimento
Neste universo inteiro
Do progresso dianteiro
Neste sertão medianeiro
( 25)
Gringos vindos do estrangeiro
Na fama de forasteiro
Adentraram o Sertão Brasileiro
Promovendo grandes construções
Nas diferentes localizações
( 26 )
No ato cordial
Encantados com a cultura local
Descrevendo o vaqueiro
Como um cowboy estrangeiro
Do faroeste americano
( 27 )
Fincado no sertão São Franciscano
Mediante tanta divulgação
Carece emancipação
O reduto das palmeiras
De presenças estrangeiras
( 28 )
É elevado cidade
Sinal de fidelidade
No ritmo de entonação
Com o povo do Sertão
Em 1953 o povo bateu palma
( 29 )
Na emancipação de Várzea da Palma
Da história perdura até os dias atuais
Diante das manifestações culturais
Escrita no manuscrito
Deste cordel escrito
( 30 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas
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