Rapariga é moça
Rapariga é moça no sotaque Nordestino
É mais uma mulher que nasceu no sertão
De um Deus que semeia a multiplicação
Fazendo o fruto segundo o seu destino
Mais uma verdade escrita em cordel fino
Que ressurge da gravidez de uma mulher
Em pele da menina que cresce e logo quer
Bons motivos para descobrir a flor da idade
Nos valores da família prezar por lealdade
Da moça esperta que não deixa ser ralé
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De quem vive fugindo dos conselhos dos pais
Da mulher que não vive sobre a doutrinação
De uma educação plantada no meio sertão
Cultivando a importância dos valores morais
Rebatendo a audácia dos valores imorais
Que dissemina dos sertões aos carrascais
Aquilo que retira a autoridade dos pais
Tirando os princípios de uma boa educação
Daquilo que distorce em mera decepção
Ferindo as raízes dos seus ancestrais
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Das mulheres que se portavam direitas
Bons exemplos na sociedade do sertão
De quem antes prezava por educação
Nas moças que rumavam para direita
Assistindo aquelas que não se endireita
Sucumbindo no caminho da perdição
Seja aqui na cidade seja lá no sertão
Os valores parecem que estão mudando
Com muitas mulheres se afundando
Naquilo que dizem ser a cultura padrão
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Pra ser seguida pela sociedade Brasileira
Cultura que tem mudado o espaço do sertão
O jovem que era submisso agora é mandão
Enchendo a cabeça dos pais com asneira
Se deixar ele dá um soco no pé ‘muleira’
Daqueles que são responsáveis na sua geração
Mulheres jovens que cresceram no sertão
Não sabe qual é a verdadeira identidade
De como se vive em nossa sociedade
Da moça que não cai no mundo da perdição
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Moises Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas