A água no sertão
A água é a fonte da vida
E reproduz o dom da vida
Que é dado por Deus
Sustentando os filhos seus
Para não morrer de sede
Do peixe que entra na rede
De um simples pescador
Ou de um agricultor
Colhendo na lavoura
Os frutos que plantou
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Mostra a colheita vindoura
Que só Deus pode nos dá
Pois só ele é o autor
O verdadeiro promotor
Dos frutos da criação
Da água que irriga o sertão
Saciando todo sertanejo
Que anseia com desejo
Por alguns pingos d’gua
Que no rio deságua
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No inverno que não vem
Clama a Deus por solução
‘Senhor mande chuva no sertão
Acaba com a sequidão
Da seca que nos flagela
Que seca até a ‘guela’
Da mulher e das crianças
Que nos faz voltar à lembrança
De quando aqui tinha inverno
Hoje o sertão parece um inferno
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Com a sequidão que nos castiga
Que chega até fazer ‘figa’
De tanta falta d’gua no sertão
Que não tem mais apartação
Nem vaqueiro tangendo gado
A jurema e o alastrado
Aqui também secou
Não suportou tanta clemência
Devido à consequência
Da água que aqui faltou
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Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas