A LENDA DO MANACÁ

Numa terra bem distante

Onde as flores encantavam

A todos pela beleza

O rei que a todas amava

Aos súditos reuniu

E novas flores pediu

Que ele as admirava.

Em todas casas plantavam

As variadas sementes

E cada vez mais nasciam

Novas flores diferentes

E ao rei as oferecia

E ele agradecia

De maneira comovente.

Nesse ano, de repente,

O rei criou um evento

Ele tinha duas filhas

Em idade de casamento

Bonitas, maravilhosas

Se confundiam com as rosas

Que o rei mantinha a contento.

Criando-se o tal evento

O rei pediu que plantassem

Novas flores diferentes

E em vasos cultivassem

Com muita dedicação

Na época da floração

Para o reinado as levassem.

Se alguma flor conquistasse

Das filhas o coração

A princesa casaria

Com o jardineiro em questão

A moçada se animou

E mais a mais se empenhou

Naquela competição.

Numa casa, dois irmãos

Que vivam empenhados

A produzir belas plantas

Estavam sempre ocupados

Resolveram competir

Algo novo produzir

E levar para o reinado.

Tiveram bons resultados

Com duas flores iguais

Mas em cores diferentes

Uma branca outra lilás

E teriam que levar

Para o rei avaliar

De qual gostaria mais.

Irmãos não vão ser rivais

Em nenhuma situação

O instinto fraternal

Falou alto ao coração

Os irmãos Man e Acá

Não poderiam entrar

Naquela competição.

Mesmo com obstinação

E vontade de vencer

Um não queria ganhar

Pra ver o outro perder

Mas tinham que competir

Teriam que refletir

E pensar no que fazer.

Não tinham tempo a perder

Com suas flores iguais

Man semeou a flor branca

Acá tinha a flor lilás

A branca tinha mais valia

Com certeza ganharia

Seguindo as leis naturais.

Man não quis competir mais

Fez um plano inteligente

E à noite, quando dormiam

Ele trocou as sementes

Nos vasos já semeados

E assim os resultados

Seriam bem diferentes.

Man achou que a semente

Da flor branca ganharia

E assim trocou as sementes

Pois o irmão merecia

Era mais velho e sensato

Deixasse vencer de fato.

No outro ano competia.

Uma fada que assistia

Ficou repleta de amor

Com a atitude do irmão

E as sementes misturou

Que o jovem Man merecia

Esse pleito não podia

Ter somente uma ganhador.

Enfim o dia chegou

E os jovens Man e Acá

Com o nome em cada vaso

Precisavam transportar

As plantinhas ao palácio

Pois ficaria mais fácil

As filhas do rei cuidar.

Elas iriam regar

Até todas florecer

No final da floração

Poderiam escolher

Se de uma flor se agradasse

Com o dono da flor casasse

E os dois felizes viver.

Pois aquele proceder

Das flores branca e lilás

Que a fada misturou

Nos jarros tempos atrás

Porque se emocionou

A mistura funcionou,

Nasceram flores iguais.

Flor na cor branca e lilás

Iguais também nos formatos

Na maciez, no perfume

Com pigmentos exatos

Só que de duas sementes

Jardineiros diferentes

Nos dois vasos e nos tratos.

Foi o perfume e os formatos

Que chamavam atenção

Do rei conquistou as flores

Das filhas o coração

Era chegado o momento

De celebrar casamento

E festa na região.

Na identificação

Estava escrito os nomes lá

Um tinha o nome de Man

O outro se chamava Acá

Foram as flores vencedoras

E a notícia promissora

Coube ao rei anunciar.

Eles iam se casar

Com suas duas princesas

As flores teriam um nome

Dado pela realeza

Juntou o Man e o Acá

E chamou-se Manacá

Pra enfeitar a Natureza.

As grinaldas das princesas

Com flores branca e lilás

Casaram-se os dois com as duas

Foram felizes de mais

Naquele reino hoje em dia

Reina a paz e a harmonia

À sombra dos manacás.

Brasília, 12 de Setembro de 2021

SÉRIE LENDAS BRASILEIRAS - VOLUME 19

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 20/11/2022
Código do texto: T7654386
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.