Dia do Cordelista
Uns dizem ser em agosto
Outros dizem ser novembro
Mas é preciso ter bom gosto
Ser poeta, ser um membro
Divulgando nossa cultura
Com poesia e literatura
Se é 01 de agosto
A data não é desgosto
Só é uma honraria
Á quem rima com maestria
( 1 )
Se é 19 de novembro
Desde aqui me alembro
Que nessa poesia
Aprendi a ser um membro
Mais um divulgador da cultura popular
Seguindo a cortesia
Dos meus versos á versejar
Pode ser aqui
Pode ser acolá
Não tem como desistir
( 2 )
Do oficio de rimar
Sou cordelista daqui
Também sou do Ceará
Pois o cordel é pioneiro
No Nordeste Brasileiro
Tem cordelista aqui
Tem cordel á beira-mar
Tem poesia a encantar
O universo Potiguar
É a arte da criação
( 3 )
Do cordelista do Sertão
É o matuto forte
Lá do Rio Grande do Norte
Com seus versos magistrais
Encanta o Sertão de Minas Gerais
Fazendo um folheto pai d´égua
Soltando um arre-égua
O cordelista aprende no Sertão
O ofício da profissão
Apaga a melancolia
( 4 )
Com sol quente e noite fria
O poeta compõe e cria
Lá no estado da Bahia
Faz cordel, repente e aboio
No universo faz comboio
Da poesia faz um plano
Do Sertão Pernambucano
Numa noite enluarada
Canta e faz toada
Da mais linda vaquejada
( 5 )
O verso é a sua paixão
Já tomou seu coração
Em festa de apartação
No estado do Maranhão
O cordel é saboroso
Igual fruta pão
Faz cabra de peito honroso
Lutar por liberdade de expressão
Tem cordelista na Chapada do Araripe
Tem poetas no Sergipe
( 6 )
Que pega boi no mato
E faz seu auto-retrato
Ate as bandas de riba
No estado da Paraíba
As suas idéias são boas
Como a dos poetas de Alagoas
Que divulga o Sertão
Fazendo improvisação
Faz poesia aqui
Faz poesia ali
( 7 )
Faz poesia no estado do Piauí
Manda verso em Orobó
Faz poesia em Cabrobó
Vai seguindo sua sina
Na cidade de Petrolina
Virando cordel em Luzeiro
Na cidade de Juazeiro
É o poeta que faz um verso bonito
Lá em São Jose do Egito
Vai seguindo a profissão
( 8 )
Na terra de Lampião
A quem diga o camarada
Lá de Serra Talhada
Na poesia que anela
A saudosa Vila Bela
Declama ate cactos de palma
Na cidade de Várzea da Palma
É como rio que chora
Na cidade Pirapora
Aclamando o São Francisco
( 9 )
Por nome de Velho Chico
É o poeta que nasceu aqui
Na cidade de Jequitaí
Ligeiro como um rato
Como quem pega boi no mato
Descreve os poetas lá do Crato
Na modalidade que é o esporte
Dos poetas de Juazeiro do Norte
Não há reação contraria
Que descreva os poetas de Januária
( 10 )
No Vale do Peruaçu
O canto é do Uruçu
É o modo de unir
Montalvânia e Itacarambi
O poeta descreve a beleza
Da cidade de Fortaleza
É como um tocar do esquife
Apresentando a cidade de Recife
É a história abordando
O Cangaço em Poço Redondo
( 11 )
É a poesia como escolha
Dos Vaqueiros de Porto da Folha
É a audácia e valentia
Dos Vaqueiros de Juvenília
É poesia, é aboio, é forró
Dos Vaqueiros de Campo Maior
Seguindo a sua rima
Na cidade de Teresina
Fala em versos miúdos
Sobre a Guerra de Canudos
( 12 )
Apresentando cordel em luzeiro
De Antônio Conselheiro
Vive os dias claros
Da cidade de Montes Claros
O coração robusto do Sertão
Segue o ritmo da canção
Como se fosse uma viúva
Solitária em Bocaiúva
Faz rima em Cabaceiras
Poetiza em Cajazeiras
( 13 )
Saboreando castanha-de-caju
Pelas bandas de Aracajú
Segue seu dilema
Atende o telefonema
Vive alegria e dor
Faz poema em Salvador
Com o seu canto entoa
Poesia em João Pessoa
Na terra do chafariz
Vira artista em Imperatriz
( 14 )
Declama em São Luiz
No poema é feliz
Faz poema da moça chique
Desfilando em Xique Xique
Vai arrochando o nó
Na batida do forró
Com destino a Mossoró
E na mesma sintonia
Se reúne em Alexandria
Lindo é a poesia final
( 15 )
Encerrada em Natal
Tem histórias sobre Corisco
Contadas em Canindé do São Francisco
É a poesia que se expande
Por Caruaru e Campina Grande
Seguindo o Sertão de có
Passando por Maceió
Percorrendo as entranhas
Da cidade de Piranhas
Descrevendo o espaço
( 16 )
Do contexto do Cangaço
Virando anúncio em placa
Nas bandas de Arapiraca
Tornando um enredo só
Pelas bandas do Xingó
Descreve a harmonia
A natureza da Amazônia
Vai muito mais além
Faz rimas em Belém
Sem cobrar nenhum vintém
( 17 )
Ao descrever a beleza
Diante da natureza
Na poesia não existe moleza
É como um voo troncho do anu
Do poeta que segue para o Sul
Usando a sabedoria
Divulgando a poesia
Seja no estado Rio
Pelas bandas de Cabo Frio
Ou no ponto principal
( 18 )
Das ruas da capital
E em São Paulo diz
Sobre a cultura raiz
Esclarecendo para todo país
Que o dia do cordelista
Além de homenagear o artista
É retirar do profundo
E ter clareza
A mais pura certeza
Que a poesia de cordel é a maior do mundo
( 19 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas