Animais em extinção por falta de preservação

A fauna ameaçada pede por preservação

Os animais perderam toda sua liberdade

Também perderam todo o seu direito

Por falta de igualdade onde a identidade

É uma coisa que não mais se respeita

A ponto de ficar registrado na caneta

Os crimes praticados com impunidade

( 1 )

Contra os animais indefesos na natureza

Esses são reféns da tirania do homem

Que tem modificado o bioma do lugar

Como um inseto que as folhas consomem

Ele destrói sem pedir nenhuma licença

Muito menos bate devida continência

Ao Criador de tudo que se expande e some

( 2 )

Perante as cavidades do planeta Terra

No espaço que dá abrigo aos animais

E todo ser humano que no ato desumano

Tem colocado em xeque a vida na terra

Por essa os animais estão em extinção

Já é noticia na cidade ou aqui no sertão

Lutar pelos animais já é um pé de guerra

( 3 )

Contra os desejos dos poderosos

Os imperadores da nossa nação

Amantes da ganância e do dinheiro

Degradando em qualquer região

Tudo aquilo que pode gerar lucro

Exprimindo o pouco do sucro

Que resta da caatinga do sertão

( 4 )

Pobre dos animais da fauna brasileira

Vivendo sob o processo de extinção

Que me diga do Nordeste Brasileiro

Aonde vem sofrendo o carcará-do-sertão

Com medo de ser mais um animal extinto

É só mais um gavião que come pinto

Prestes a desaparecer da fauna do sertão

( 5 )

A fauna ameaçada pede por preservação

No comboio de araras-canindé

Dizem que tomaram chá de sumiço

Desapareceram lá de cima de um pé

De coqueiro que o bicho homem derrubou

Das queimadas de fogo que se alastrou

Lá nos rumos do sertão do Canindé

( 6 )

Pelos rumos do Vale do Peruaçu

Outro bicho se encontra em extinção

Pois as abelhas-uruçu que tinha lá

Fez questão de sumir do sertão

Devido ao fogo no redor do parque

Que precisou até de um encharque

Pra apagar o fogo na vegetação

( 7 )

O peba procura buraco pra se esconder

Do sol forte imponente do sertão

Pois o pé de juazeiro também desapareceu

Na força do maquinário potente no sertão

Abrindo a produção de energia eólica e solar

Dizem que é o progresso que vem pra cá

Mas coloca todo tipo animal em extinção

( 8 )

Onça-preta, sussuarana e pintada

Aqui praticamente não existe mais

É objeto de consumo dos caçadores

Vagando do sertão aos carrascais

Em busca de uma preza pra comer

Ou do curtume de couro pra vender

Para ser estampado nos jornais

( 9 )

Como mercadoria nos varais

Expostas no comércio estrangeiro

Por aqui jamais se avistou

Pegadas do veado-catingueiro

Preza fácil de muitos caçadores

São alguns homens opressores

Correndo dando passos ligeiro

( 10 )

Na destruição do sistema ecológico

Seja de modo coletivo ou individual

Semeiam terror no meio ambiente

Matando até um pobre pardal

Com sua casa no topo da árvore

Como uma vassoura que varre

Limpando a sujeira de um quintal

( 11 )

Mais a forma aqui está errada

Na sujeira que o homem faz

Dizimando os seres vivos

Que desde os seus ancestrais

Cooperam no sistema ecológico

Beneficiando o raciocínio lógico

Dos elementos que a natureza traz

( 12 )

Presentes em sua existência

Como a peitica no meu quintal

Que cantava na natureza

Ela sofreu um ataque fatal

Perdendo toda sua essência

Saiu do mundo da existência

Soltando um canto mortal

( 13 )

Em direção ao Raso da Catarina

Onde vive a arara-azul-de-lear

Mais uma espécie em extinção

Poucas restam em seu lar

No topo de algum boqueirão

Onde os animais do sertão

São presas pro homem matar

( 14 )

O parque da Mata Seca

No sertão de Minas Gerais

As pegadas do lobo-guará

Por lá não existe mais

Nem o periquito-cara-suja

Que suas cores enferruja

Retocando os mananciais

( 15 )

Do Rio Grande do Norte

Não muito distante dali

Pelo sertão do cariri

A impunidade está ali

A morte do gato-do-mato

Que até o rato-do-mato

Dessa resolveu partir

( 16 )

Para outra dimensão

Assassinado dentro de casa

Que nem pediu socorro

Outros ficaram sem casa

Sem um lugar pra viver

Que vivem a desaparecer

No fogo fazendo brasa

( 17 )

Provocado pelas queimadas

Que avança no sertão brasileiro

Levando os animais a extinção

Que nem fornalha de braseiro

Aquecendo a temperatura

Provando a falta de cultura

Que tem o povo Brasileiro

( 18 )

No Grande Sertão Veredas

Entre Minas e a Bahia

Sofre o tamanduá-bandeira

Pois a notícia que corria

Era seu risco de extinção

Mais uma espécie do sertão

Compondo a lista de correria

( 19 )

Fugindo dos grandes predadores

Espalhados por nossa nação

Eles estão pelo Meio-Norte

Na direção do Piauí-Maranhão

Caçando o jacaré-do-papo-amarelo

Que perdem até o chinelo

Pra ter a presa em sua mão

( 20 )

Nosso cordel se expande

No Norte de Minas e Bahia

Lá no parque Verde Grande

Os bichos vivem na correria

O mico-leão-da-cara-dourada

Foi vitima de uma caçada

Comandada pela tirania

( 21 )

Que avança sobre o MA-TO-PI-BA

Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia

Estados que não estão isentos

Dos requintes com tirania

No cinturão do agronegócio

Onde os homens são sócios

De um negócio que dizimaria

( 22 )

Parte do ecossistema brasileiro

Sumindo com o comboio de antas

Que viviam no seu habitat natural

Mais parecem umas jamantas

Quem polui o ‘Velho Chico’

Nosso Rio São Francisco

Que as belezas são tantas

( 23)

Em Minas, Bahia, Sergipe,

Alagoas e Pernambuco

Sofrendo com a morte dos peixes

Pelo chorume em forma de suco

Que desce de Belo Horizonte

Destruindo o nosso horizonte

Em benefício de algum lucro

( 24 )

Autor: Moisés Aboiador - Cordelista do Sertão Nordestino representando o Norte de Minas no 2° Concurso Zoordel organizado pela Universidade Estadual de Feira Santana (UEFS).

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 17/11/2022
Reeditado em 17/11/2022
Código do texto: T7652181
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