Suplício
Vou vivendo o meu suplício,
Em eterno sacrifício,
Já nem tenho privilégio;
De viver intensamente,
Numa forma mais decente,
Com pudor, sem sacrilégio.
Vivo muito abandonado,
Sem vigor e bem cansado,
Meu viver me castigou.
Apesar desse cansaço,
O meu nervo é de aço,
Hoje sei quem hoje sou.
Quase fui morar no hospício,
Me atirei do precipício,
Derramando os meus ais.
Mas, eu sigo a minha vida,
Muito embora, bem sofrida,
Sofrimento; nunca mais!