A EXPERIÊNCIA D'UMA PAIXÃO

Você e Eu nos conhecemos

Eu usava coroa de espinho

A cruz que Eu carregava

Ocultei-la de mansinho

A recompensa dos disfarces

Eram as trocas de carinho.

Você viu meu lado anjo

E não viu meu lado mal

Falou de mim para outros

Dizendo que Eu era legal

Pois atenção Eu lhe dava

Lhe tornando especial.

Doava meus ouvidos a Ti

E os teus Vós me doava

Um ouvindo o outro atento

Um elo afetivo se criava

Meu peso caiu dos ombros

Em sentimentos Eu flutuava.

Um deles elevou meu ser

Eu o denominei paixão

Vossa luz passei a vê-la

E me curvei em devoção

Por Ti e a imensidade

E pela a nossa união.

Eu Te via como um serafim

Uma Mulher de pura essência

Pra mim Você era uma deusa

A provedora da existência

Que despertou minha paixão

Me levando à transcendência.

Em contemplação Eu acessei

As poesias do concreto e aço

Vagando pela selva de pedra

Vislumbrei o anímico espaço

Neste senti unção e ternura

Isento de qualquer lasso.

Tive uma explosão criativa

Com isso executei a criação

De obras líricas magníficas

Que refletia minha paixão

Pela pessoa que Eu gostei

E incendiou meu coração.

Enquanto Eu andava delirante

Ter a mim lhe deixou igual

Não no manifesto místico

Mas no manifesto racional

Seu pensamento iluminou-se

E isso foi sensacional.

Imerso no delírio cartesiano

Tu criava ideias originais

Que visava ir além da dor

Superando desejos carnais

Indo além do mundo plástico

por trilhas espirituais.

Nossas essências antagônicas

Eram universos em expansão

De dois cosmos conectados

Que se uniram em profusão

De sentimentos aflorados

Pela inebriada comunhão.

Tu e Eu parávamos no tempo

Nos nossos encontros divertidos

Um preenchia o vazio do outro

Ambos os âmagos era atingido

Pela intensidade de existência

Que nos deixavam preenchido.

Meu espírito lhe inspirava

O vosso inspirava o meu

Em sintonia entrávamos

Até atingirmos o apogeu

Onde o outrora sumia

E deixávamos de ser museu.

Éramos muito diferentes

E máscaras transmutava

ambos em cargas opostas

Que fortemente se ligava

Até esvair nossas aflições

E no presente nos situava.

A Você Eu me declarava

Falando coisas de coração

Meu sentir por ti era imaturo

Mas Eu sentia uma paixão

Que me deixava delirado

Não sei s'era escravidão.

Tu gostava de está comigo

Eu gostava de tá com Você

Até que meu sol lhe queimou

E o seu sol queimou meu ser

O jogo da paixão jogamos

E o óbvio veio acontecer.

As cargas se repeliram

Decorrente da desilusão

Quando as máscaras caíram

Compreendi a situação

Tudo virou pelo avesso

E recorri à distanciação.

Nisso Eu pude refletir

No ceio da introspecção

Não por meio da lógica

Mas sim pela meditação

E uma coisa Eu entendi

Referente a paixão:

Quando a paixão desperta

Ela eleva a consciência

E como o Debi & Loide

Ambos brindam a existência

Como se as dores sumissem

Só ficando a opulência.

Santo André, 29 de Outubro de 2022

Helenilson Martins
Enviado por Helenilson Martins em 29/10/2022
Reeditado em 29/10/2022
Código do texto: T7638280
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