Literatura de cordel
Na literatura de cordel,
Sou um simples menestrel,
Faço versos, poesias,
São lápis, caneta e papel,
Fui ao inferno, fui ao céu,
Mas, eu tive a alegria.
Fiz cantigas, fiz sonetos,
Fiz sonhos brancos e pretos,
Fiz escritas sem dilemas.
Fiz poemas e haicais,
Lindas notas musicais,
Sem balbúrdias, sem problemas.
Na literatura de cordel,
Coloquei noiva no véu,
Fiz um lindo casamento.
Fiz da lua, astro solar,
Conjuguei o verbo amar,
Entre afeto e sofrimento.
Na literatura de cordel,
Sou juíz e sou um réu,
Em versos de julgamento.
Sou poeta apaixonado,
Muito embora, inacabado,
Nunca tive acabamento.
Na literatura de cordel,
Sonho em ser um bacharel,
Com grande conhecimento.
Sou apenas um poeta,
Que escreve em linha reta,
Rabiscando o pensamento.
Na literatura de cordel,
Fiz um grande escarcéu,
Tive arrependimento.
Prossegui, vivi ao léu,
Não tirei o meu chapéu,
Para o pranto e pro lamento.
Na literatura de cordel,
Senti o sabor do mel,
Da tristeza e alegria.
Com a caneta em punho,
Fiz emendas e rascunhos,
Em imensa nostalgia.
Na literatura de cordel,
Senti o sabor do fel,
Numa breve ingratidão.
Fiz mil versos de amor,
De ódio, de desamor,
E alegrei meu coração.