Dissabores do analfabetismo

Antigamente aprender

Quando não existia a EJA

A gente não podia ter

Aquilo que sabendo almeja

Porque o analfabetismo

Trazia obscurantismo

Numa ferrenha peleja.

Os dissabores vou citar

Quando falta educação

Falta luz no caminhar

E metade da visão

A escola é chama acesa

Conhecimento é riqueza

Nos átrios de uma nação.

Eu nasci no meio do nada

Lá nas brenhas do Sertão

O lugar não tinha estrada

Nem mesmo televisão

Por causa de uma poesia

Aprender mais eu queria

E busquei superação.

Na escola fui mendigo

Pedir por mais instrução

Fiz do livro um amigo

E do lápis um irmão

Querer é o primeiro passo

Pra conquistar o espaço

No mundo da educação.

O Zé diz: sou besta não

Sei mais que quem estudou

Sei soma, subtração

Só que ele não notou

Que é preciso formação

Para que o cidadão

Cheg’onde o doutor chegou

Nem Antônio - Nem Maria

Escute o que vou falar

Em uma democracia

Vão por algo protestar

Ou por direitos reais

0 político por saber mais

Fácil vai lhes enganar.

A conta da padaria

Vai ter um valor maior

Se o caráter faltaria

De quem já soma de cor

Se conhecimento falhar

Como vou questionar

Quem zomba do meu suor?

Se meu filho que estuda

Chega em casa apressado

• Papai, por favor, me ajuda

Do dever que foi passado

De nada ou pouco sei

Como a ele ajudarei?

Aí fico envergonhado.

Dos outros vou depender

Até com o celular

Se a mensagem for pra ler

Como vou desenrolar?

Para ouvir e mandar voz

Só presta se for a sós

Que é pra ninguém escutar.

E quem é aposentado

Quando no banco chegar

Vai ficar na fila ao lado

Até alguém ajudar

Não sabe usar o aplicativo

E há quem por esse motivo

Venha até a lhe roubar.

E o trabalhador braçal

Com sua história de dor

Trabalha ganhando mal

E não muda de setor

Perde oportunidade

Sem ter escolaridade

Ninguém ver o seu valor.

O João não sabe ler

Mesmo tendo um caminhão

Viagem não vai fazer

Só ao sítio Ribeirão

Fugindo da viatura

Por lhe faltar boa leitura

Não tirou a habilitação.

Vendo o pregador orando

Fica triste dona Geralda

Todo domingo escutando

Na igreja admirada

Pois o que mais ela queria

É ainda poder um dia

Ler a escritura sagrada.

Por isso meu camarada

É hora de recomeçar

A escola é a estrada

Que você vai caminhar

Para o desenvolvimento

De todo conhecimento

E o professor vai ajudar.

Você não teve na infância

O direito de estudar?

Foi vítima da ignorância

Ou por ter que trabalhar

Sua procura é bem-vinda

Saiba que dá tempo ainda

Na EJA recuperar.

Os meios para estudar

Queremos lhe oferecer

Você vai se preparar

Aprendendo em fim a ler

Nossa proposta é prática

Acesso à educação básica

Desenvolvimento e saber.

Aprendizagem de naipe

Compromisso e interação

E uma equipe preparada

Você terá condição

De conhecer conteúdo

Que libertará o seu mundo

Através da educação.

Oxelucia
Enviado por Oxelucia em 11/09/2022
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